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quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Teste: Que personagem infantil você é?

Eu ando em conflitos comigo mesma. Hoje resolvi refazer um teste que há tempos já fiz. Pra ver se alguma coisa mudou em mim. Para minha surpresa eu continuo a mesma! (ao menos é o que teste diz!). Só para descontrair, o blog anda meio triste e eu fico lembrando de coisas tristes, para dar um sacudida é bom rir.

Que personagem infantil é você? (hein?) Não vale mentir...


*Clicando na figura vai direto pro site do teste*

Pois é.. já cansei de ouvir esse "lindo" apelido. A muitos.. e muitos.. e muitosss... anos atrás.. eu tinha um pijama amarelo, eis que eu o amava e como eu só ando de pijama em casa.. toda pessoa que chegava em minha casa me via com o tal pijama amarelo.. eis que resultou em: Pikachu. Será que eu realmente sou assim? (acho que não...masss.... as cartas não mentem jamais!)

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Medo

As coisas não andam bem dentro da minha "casa de boneca" e em "meu conto de fadas", o "príncipe" que sempre foi "sapo" anda de mau com a "princesa". Resumindo é como se eu sentisse uma nuvem negra em cima da cabeça o tempo todo. Os dias que já eram longos estão mais longos ainda. Resta-me esperar a tempestade passar. Depende de mim fazer o sol brilhar, mas não estou disposta a esquecer as coisas.

O que eu faço para passar o tempo mais rápido? Assisto TV. Deito na cama e fico olhando para TV com olhos vagos, sem procurar por nada em específico, apenas por qualquer coisa que me acorde, que chame minha atenção, que provoque qualquer tipo de reação. Eu sempre encontro assuntos assim.

Estava vendo um jornal, o assunto era sobre violência doméstica, em que a criança dava um depoimento dizendo que nunca tinha contado pra ninguém sobre as agressões por que tinha medo e o mesmo acontecia com sua mãe que também tinha medo do agressor: o próprio pai.

Eu em meus pensamentos, fiquei indignada como sempre, revoltada com elas. Medo? Eu sempre com aquele discurso interno de "Mulher Maravilha". Tudo posso, tudo faço. Hoje em dia. Simplesmente eu me irritei com o assunto. Coloquei-me no lugar delas e já disse pra eu mesma "imagina se eu teria medo, já teria matado um tipo desses!".

Bom, hoje ao acordar me veio lembranças não muito boas. Eu também já tive medo. Quem era eu pra julgar o medo de alguém? Ainda mais o medo de uma criança. Já no caso da mãe, bom eu não posso julgar, nunca passei por situação semelhante, só sei que se alguém encostar um chinelo no Cascão eu viro bicho.

Lembrei da minha infância. Em que minha mãe me batia todos os dias e como se isso não fosse suficiente ela permitia que meu irmão já um homem fizesse isso também. Onde entra o medo? Meu pai sempre foi contra a violência para educar, então se eu contasse pra ele, que eles me batiam no outro dia eu apanhava em dobro e ficava o dia todo trancada no banheiro. Eu também já tive medo. Na verdade eu apanhava em silêncio, muitas vezes sem entender o por que da agressão. Minha mãe é uma mulher pequena, não tinha força. Meu irmão é um homem enorme e não foi pouca as vezes que eu andei semanas somente de calça para esconder os hematomas de minhas pernas e aí de mim que mostrasse isso para meu pai.

Eu já tive medo também. Mas isso me fez amadurecer e depois que aprendi a me defender, nunca mais ninguém encostou as mãos em mim. Aí de quem ousar fazer, por que eu jamais me calaria diante da situação.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Centro Espírita

Ontem senti a necessidade de ir a um lugar que pra mim hoje em dia é o melhor lugar do mundo. Fazia tempo que não ia, desde que voltei a usar a internet, erro.

O Centro Espírita..

Não é um lugar como muita gente imagina, não existe santos, orixas, nem se "baixa espiritos". Não se faz oferendas. Não se dança. Não se grita. Não é o lugar frequentado por quem "faz trabalhos", não é macumba.

É uma sala ampla, bem iluminada, com um cheiro de limpeza e uma música suave de fundo.Com cadeiras brancas dispostas em filas, em que sentamos para assistir as palestras.

É um lugar frequentado por pessoas evoluídas que assim como eu acreditam que nosso corpo possui uma alma independente do corpo, e quando esse corpo cansado dessa vida, ele parte e nossa alma se desprende até retornar em novo corpo uma nova vida, em busca da evolução, de ser melhor do que já foi.

Um lugar onde as pessoas compartilham seus conhecimentos. Onde se tem acesso a qualquer tipo de informação. Onde se repele a ignorância.. e onde o matarealismo não impera.

Um ambiente frequentado por pessoas que amam o próximo. Solidárias. Sorridentes. Calmas.

Um ambiente que me traz muita paz. E geralmente eu cometo o erro de abandoná-lo toda vez que estou bem e rotorno toda vez que me sinto mal e sou acolhida por todos como se nunca os tivesse abandonado.

**Quem tiver oportunidade de conhecer um Centro Espírita não irá se arrepender, procurando sempre um que siga a doutrina de Allan Kardec e seus seguidores**

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Procura-se um novo sapo...

Um dia eu julguei não ser merecedora de um amor. Um em específico. Estaria eu enganada? Até ontem eu ainda acreditava. Não mais. Algo se quebrou.

Depois de exatamente 6 anos novamente a dor que eu pensava que nunca mais ia sentir. A dor que alguém me prometeu que eu não sentiria mais. "Confie em mim". A mesma dor que me fez desistir de lutar por um grande amor por me julgar incapaz de aturar determinada situação.

Eu sinto a mesma dor, por que mais uma vez eu confiei demais.

Um hora o mundo desaba em tua cabeça, culpa minha. Confio cegamente. Amei intesamente. Novamente aquela dor que rasga o peito e que queima. As lágrimas ainda persistem. Por que eu?
Por que alguém me faria acreditar no amor eterno para me causar tamanha dor?

Respostas eu não tenho. Alguém um dia irá pagar por esses traumas deixados por outras pessoas. Infelizmente é assim. A desconfiança e o desinteresse iniciais.. até que novamente eu vou confiar e acreditar "Confie em mim".

Dói tanto.Quando uma mulher some, desaparece.. alguém ainda ousa lhe pedir perdão. Tarde demais. Sou uma sonhadora e sempre estarei em busca de sonhos, mesmo que eles me façam sofrer como agora. Ainda sonho com muitas coisas e não será uma pessoa que destruíra eles.

Vou continuar em busca do amor, de um falso principe encantado ou de outro sapo. Não será mais uma decepção que me fará desistir de acreditar em contos de fadas. Dói. Mas sempre haverá outro peito quente e um abraço apertado para uma mulher derramar suas lágrimas.

Novamente vou ter que reaprender a confiar. Reaprender a amar. Recomeçar.

Nunca substime a "intuição" de uma mulher.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Atípico...

Sentada e escrevendo, de fundo o barulho da máquina de lavar. Ao meu lado, minha cama, rigorasamente arrumada com o meu gato Cascão dormindo sempre do lado esquerdo perto dos meus travesseiros. Um dia quente, um sol invade esse quarto pela cortina amarelo ouro, deixando tudo mais calmo. A vizinha da esquerda ouve música evangelica em um volume ensurdecedor.

Hoje está um dia atípico. Estou muito calma. Normalmente estaria olhando cada minuto para o relógio na espera do momento que a máquina desligasse. Já o Cascão estaria andando aqui por cima da mesa me impedindo de ver o monitor até que desse um pouco de atenção a ele. Um dia quente é normal, o anormal é eu não estar reclamando do calor e lembrando que eu preciso de outra cortina por que eu detesto esta e em relação a música da vizinha, normalmente eu estaria extremamente aborrecida não pelo estilo de música, cada um ouve aquilo que lhe agrada, mas sim pelo volume que obriga a rua inteira ouvir junto.

Até parece que eu passo maior parte do meu dia reclamando. Normalmente sim. Reclamo da minha conexão lenta. Dos canais de TV. Do calor. Da poeira. Do tempo que não passa. Do tempo que passa rápido demais. De querer estar sozinha... e de querer estar com alguém.

Passo maior parte do dia sozinha. Epa! Sozinha não, eu tenho o Cascão. O sapo (um dia eu ainda tenho que explicar pq o meu marido é carinhosamente chamado assim por mim sem ele saber...), bom o sapo sai as 6 da manhã e volta as 6 da tarde. E eu sozinha. Eu e a TV. Eu e a Internet. Eu e os livros.

Hoje estou calma, tranquila, serena e preocupada.. muito preocupada, deve ser por isso que os "problemas" rotineiros deixaram de tomar tanto a minha atenção.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Crepúsculo...

Sempre gostei de ler. Meu sonho infantil era o dia em que aprenderia a ler. O meio em que vivi contribuia para aumentar ainda mais a minha vontade.

Meu pai sempre tinha livros de faroeste no seu criado mudo (eu deduzia serem livros de faroeste pela capa). Minha mãe andava as voltas com o seu Caderno de Costura, em que havia os modelos de roupas desenhados, amostras de tecidos e as medidas da maioria das mulheres que moravam na cidade (ahhh eu com esse caderno hoje em dia!). Meu irmão e meu primo (o do post anterior) os culpados, já estudavam e sempre andavam com livros, cadernos. E eu? Analfabeta. ( e pior nem sabia que era...) Não sabia ler nem escrever e minha mãe não permitia que eles me ensinassem por que ela não queria que fosse diferente das outras crianças ao entrar na escola.

A regra foi burlada. Eles me ensinaram com a ajuda de meu pai. E a primeira palavra que li sozinha foi CASA. Depois não parei mais de ler. Na sala de minha casa, havia uma estante cheia de livros e assim que aprendi a ler, minha mãe foi liberando alguns. Os infantis. Enquanto na escola as outras crianças detestavam ir até a biblioteca no dia de escolher o livro, era meu dia favorito, por que os livros infantis que eu tinha em casa já havia lido e relido.

Até que minha mãe liberou a segunda cota de livros infantis, que ela achava que eram grandes e eu não conseguiria ler. Eu consegui.

Primeira "paixonite":
Hans Christian Andersen, com seu livro A Princesa e a Ervilha, autor de outros como: Patinho Feio e A Roupa Nova do Rei, que também eu tinha em casa. Por tempos suspirei com suas histórias. Isso eu tinha uns 8 anos.

Segunda "paixonite":

Érico Veríssimo com: Vidas Cruzadas.
Não era um romance até onde eu lembre, mas eu me encantei com o estilo dele escrever e procurei ler todos os seus livros. Consegui. Eu li todos os livros de Érico Verissimo, apesar de começar a lê-lo por Vidas Cruzadas, minha paixão mesmo foi O Resto é Silêncio e Solo de Clarineta esse sim, eu suspirei por tempos. Eu deveria ter uns 11 anos.

Li muitos outros livros, até que quando saiu a lista dos livros para o vestibular da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria ) - RS, que eu prestei no ano de 2000 para Design Industrial, eu já havia lido todos os livros, gabaritei Literatura (esqueçamos que eu fui mal em geografia e história e não passei.)

Terceira "paixonite":

Paulo Coelho com O Alquimista. Entrei em outra faculdade no meio deste mesmo ano, e por indicação de uma amiga, comecei a lê-lo. Não consegui mais parar de ler, mesmo esse sendo o primeiro o que me fez suspirar foi As ValKirias. Isso com meus 18 anos.

E de lá pra ca, não havia mais suspirado com nenhum livro e autor. Até que minha amiga blogueira Youko, mais conhecida como Sandy Bochechas, do Blog Estranha "Garota Perfeita" , indicou-me um livro que se tornou outra "paixonite".



Quarta "paixonite":
Stephenie Meyer com Crepúsculo. Há tempos não me empolgava tanto com um livro. Quando li a sinopse pensei que não ia gostar, afinal se trata-se algo fantasioso, mas dei um crédito a quem me indicou e sei o quanto tem bom gosto e comecei a lê-lo, eis que a uma semana estou a suspirar por Edward e já dei o jeito de baixar o resto da trilogia, estou lendo a Lua Nova, que é continuação. Por que quando terminei de ler o Crepúsculo quase tive um chilique, por que a história seria tão boa com um final tão ruim ou não como eu gostaria que terminasse.

*Crepúsculo* Stephenie Meyer


É a história de amor de Bella e Edward, ela humana, ele vampiro. Um amor impossível ou possível?

Eu não vou contar a história por aqui, apenas deixo o link para download do livro, quem se interessar baixem aqui :

*Download do Livro*
Suspirem. Apaixonem-se.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Primo

Ontem eu liguei para minha mãe, depois da última vez que nos falamos eu não fui a melhor pessoa do mundo. Algo me dizia que eu tinha que ligar, liguei. Eu sabia, minha mãe estava a esconder os problemas familiares. Ontem acabou contando.

Tenho um primo, filho único da única irmã de minha mãe. Uns 3 anos mais velho que eu. Quando criança meus pais o adotaram como filho e meu irmão e eu o adotamos como irmão, um erro de meus pais, pois minha vó e minha tia nunca "aceitaram" muito bem isso e lá no fundo elas achavam que nós o roubamos, apesar delas permitirem e ele querer viver em nossa casa.

Não houve distinção, ele estudou na mesma escola que nós, tudo era irmanamente dividido. A única diferença, não entre nós, mas é que minha mãe não permitia que andassemos à toa na rua, da escola para casa, deveres e ajudar nos afazeres domésticos. Como estudavamos em períodos diferentes, ele cuidava do serviço pela manhã e eu pela tarde. E é claro que pela manhã tinha mais coisas a ser feita, o que não era muito. Varrer a casa, arrumar a cama, varrer a calçada. O grosso quem fazia era minha mãe.

A única coisa era isso, minha mãe controlava nós. Permitia que ele trabalhasse se quisesse, mesmo que não fosse para ganhar praticamente nada, mas ela deixava. Era apenas para "pegar" amor pelo trabalho.

Depois de anos cuidando da casa, minha mãe resolveu ir trabalhar fora. Eu ja tinha meus 11 anos, sabia me cuidar. Então ela não tinha mais controle sobre onde andavamos, o que faziamos. Eu segui as regras. Ele não. "Jõao vai com os outros" começou a andar com más companhias pra ele que não sabia dizer não. Cansei de vê-lo matando aula e fumando maconha. Avisei minha mãe, meu irmão também. Ela não acreditou, pensou que era fofoca.

Não era. Quando minha mãe foi até a escola e descobriu que ele havia reprovado por faltas. E tentou colocar freio nele, ele simplesmente voltou para casa de minha vó, morar com ela, alegando que nos faziamos ele de escravo. Minha vó passou a mão na cabeça dele, e disse que lá ele só ia estudar.

O que aconteceu? Ela não deixava ele trabalhar. Estudar ele nunca gostou, e ainda ela dava dinheiro para ele sair a noite, coisa que minha mãe não permitia. Ele caiu de vez nas drogas. Não somente a maconha.

Fugiu várias vezes de casa, para São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, em busca de drogas mais pesadas, que não chegam até cidades do interior.. e ficou até mais de 2 anos sem dar noticias. A última vez que ele foi encontrado é por que o destino o ajudou, depois de ir para em um hospital do RJ, uma enfermeira cuja mãe morava na mesma cidade nossa, se interessou pelo caso, ligou para mãe dela, que colocou um aviso na rádio procurando pela família dele. Bom, ele foi encontrado. Trouxeram ele de lá.

E há anos ele vivia, sossegado e sequelado. Incapacitado para o trabalho. Não dizia coisa com coisa. Tomava remédios controlados. Ia vivendo. Eis que: Alguns meses atras conseguiram fazer com que ele fosse aposentado por invalidez".

O que aconteceu?Dinheiro, liberdade e falta de cabeça.. novamente ele fugiu de casa. E novamente está trazendo sofrimento para minha mãe.

Hoje faz 2 anos que minha vó partiu, sonhando com o dia em que esse neto dela ia ser normal, mesmo todos dizendo que isso não seria mais possível. Ela colheu o que plantou. Achou que minha mãe o educava errado, achou que faria melhor, mas eu e meu irmão seguimos a vida normalmente.


** A exatamente 2 anos atras, eu escrevi minhas primeiras palavras em um blog, tudo começou quando minha vó partiu e eu sozinha, não sabia como colocar a dor que eu senti para fora, coloquei em formas de palavras, no meu extinto blog *Sonhando Acordada* que o weblogger expirou e levou consigo minhas lembranças **

Por isso o nome do Blog: Inspire-me... o sonho continua...

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Falsa delicadeza...

Eu tenho que agradar teus amigos para te agradar também?
Esse é meu questionamento.

Não. Eu não preciso agradar "o amigo, do amigo da amiga da tia do meu conhecido". Assim eu penso.

Eu jamais ficaria ofendida, caso alguém se recusasse a "fazer algo" apenas para agradar algum conhecido meu que não tenha intimidade nenhuma com ele.

Pois é.

Alguém se ofendeu. Eu disse não. Não sou obrigada a agradar uma pessoa que praticamente não conheço só para agradar alguém que eu goste. Não sei se estou certa, mas eu penso.

Cairia algum pedaço meu? Não. Mas eu não quis e não vou fazer. Se fosse para agradar uma pessoa que eu gosto, no princípio até reclamaria, mas acabaria por fazer uma gentileza mesmo sem estar com vontade, se eu gostasse muito da pessoa.

Agora eu fazer algo que não estou afim só para não "magoar" um amigo que quer agradar uma pessoa que eu não tenho intimidade. É o fim.

É por uma dessas que muita gente não gosta de mim.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Ontem...

Ontem eu prometi que não ia chorar. Chorei. Chorei de saudade. Saudades de alguém que não importa o quanto eu chore, deseje e sinta eu nunca mais poderei abraçar. Essa palavra tem "peso" quando o seu significado realmente é: nunca.

Chorei ao escrever meu texto. Lembranças. Ainda nem sempre as melhores.

Eu tive um pai. Na minha inocência infantil, o melhor pai do mundo. No meu entusiasmo de adolescente, o pai mais amigo do mundo. Na minha solidão adulta, eu tive um pai desconhecido.

Meu pai foi uma pessoa que eu tenho certeza que eu não o conheci. Eu acreditava que o conhecia. Não. Sempre foi um estranho. Descobri isso quando ele partiu, que tudo que estava mascarado veio a tona, suas outras famílias e o quanto ele desprezava a mim e meu irmão.
Alguns meses recebi a notícia que o seu seguro de vida ele deixou para a família que ele adotou como sua. No exato momento o meu coração explodiu por dentro de tanta tristeza, não pensei no dinheiro, pensei que aquilo representava um pedaço dele pra quem ele gostava, e esse pedaço não era meu.

Eu o perdoei. Eu tenho certeza que eu nunca farei com ninguém o que ele fez a minha família. Não com o mesmo sangue frio.

Confesso que sofri mais outos Dia dos Pais passados. Sofria por que não era comigo ou com meu irmão que ele passava esse dia. Não atendia nossas ligações e as suas mãos nunca chegou um cartão mandado por nós. Sofria por não saber o por que do desprezo. Sofria por que eu o queria por perto. Sofria por que ai ainda era a menina dele.

Ontem eu chorei, mas não sofri.

Sorri, mas por dentro estava despedaçada, porém esse ano eu sabia que ele não estava com ninguém.

domingo, 10 de agosto de 2008

Pai

A quem me ensinou a sorrir em aberto e a chorar em silêncio.
*Aquarela* - Toquinho

Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo...
Corro o lápis em torno
Da mão e me dou uma luva
E se faço chover
Com dois riscos
Tenho um guarda-chuva...

Se um pinguinho de tinta
Cai num pedacinho
Azul do papel
Num instante imagino
Uma linda gaivota
A voar no céu...

Vai voando
Contornando a imensa
Curva Norte e Sul
Vou com ela
Viajando Havaí
Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela
Branco navegando
É tanto céu e mar
Num beijo azul...

Entre as nuvens
Vem surgindo um lindo
Avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar...

Basta imaginar e ele está
Partindo, sereno e lindo
Se a gente quiser
Ele vai pousar...

Numa folha qualquer
Eu desenho um navio
De partida
Com alguns bons amigos
Bebendo de bem com a vida..
.
De uma América a outra
Eu consigo passar num segundo
Giro um simples compasso
E num círculo eu faço o mundo...

Um menino caminha
E caminhando chega no muro
E ali logo em frente
A esperar pela gente
O futuro está...

E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...

Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos
Numa linda passarela
De uma aquarela
Que um dia enfim
Descolorirá...

Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
(Que descolorirá!)
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo
(Que descolorirá!)
Giro um simples compasso
Num círculo eu façoO mundo
(Que descolorirá!)...
***Pai, há um ano partiu, saudades de ti. Mentalizo a ti tudo aquilo que mais gostavas: tua cadeira de palha, teu chimarrão e estejas feliz onde estiveres. Um dia nos reencontraremos. ***
Meu pai partiu dia 13/04/ 2007 vítima de enfarte.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Msn...

Ontem "revi" uma daquelas amigas que o tempo e a distância não terminam com a amizade. Digo "revi" por que depois de tempos o ícone dela do msn estava verde. Conversa vai, conversa vem e eu percebi que ela continua a mesma. Tem mulheres que são extremamentes elegantes, ela é uma. Tem uma delicadeza, um pedigree, porém de origem bem humilde. Nasceu com classe.

Depois do tempo trasncorrido, já que minha dor não me deixava fazer nada e unida a uma conexão lenta, despedi-me da "Luanda" como meu marido se refere a ela. Pensando com os meus botões fiquei imaginando se não a conhecesse tão bem será que eu perceberia as qualidades dela através do msn? Por que o msn dela é daqueles em ela digita o C e me vem uma lua purpurinada, tive que fazer um sacrifício enorme para decifrar o que estava escrito. Talvez se eu não a conhecesse realmente eu não a suportaria. Mesmo atras de tantos emoticons, o bom português, a elegância, a educação. Não. Eu gostaria dela de qualquer forma.

E hoje ao abrir meu msn eu comecei a olhar os "amigos" ON e os OFF e os BLOQUEADOS. É eu bloqueio uma galera, uma galera que assim como a "Luanda" eu conheço e conheço muito bem, por isso estão bloqueados.

Tipos bloqueados:

* O menino que sempre está fazendo alguma coisa: tomando banho, malhando ou lavando o carro e quando eu o desbloqueio eu mal entro ele mal me cumprimenta e tenta me vender algum tipo de suplemento. O que fazer com um tipo desses? Pessoalmente ele é um doce, não tem corpo de quem está sempre malhando (ou não tinha, faz muito tempo que não o vejo pessoalmente!).

* A miss namorado perfeito. Só fala daquele mala do namorado dela. Um tipo encostado que até os créditos do celular dele é ela quem paga. Um cara que não respeita ela, que na primeira vez que me viu ficou olhando pro meu decote. Dias depois nós duas conversando falei pra ela que um certo modelo de blusa ficaria bem pra ela, aí ela disse que mulher que usa decote é vulgar. Eu me senti mal. Ela é do tipo que defende o homem, e quem não presta é o resto das mulheres. Ele é perfeito.

* Maninho, é outro mala insuportável, sempre o que é dele é melhor, tudo o que ele faz é melhor, o trabalho dele é o melhor do mundo. Bom, ele é o senhor dos senhores. Resultado, fica bloqueado.

Tem pessoas que eu nem conheço, mas que eu adoro. Isso que me faz pensar se essas pessoas são assim pessoalmente. Por que tem pessoas que são o que são tanto no msn como pessoalmente. Outras são de um jeito e mudam completamente quando estão na internet, criam máscaras, tipos e infelizmente se tornam piores do que realmente são.

Talvez não seja bem assim. Talvez não criem personagens. Sempre foram assim e eu que não percebi. Será que eu não conheci realmente essas pessoas?

Infelizmente tem pessoas que não são transparentes.

E meu msn está repleto dessas pessoas. Pessoas que eu conheci e que na internet eu não as reconheço mais.

**Obrigada a todos. Já estou melhor. Tenham um final de semana Cor de Rosa.**

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Dor...

Mais uma noite sem dormir. Dor. Dor. Dor. Meu estômago resolveu fazer churrasco sem aviso prévio. Queimou a noite toda. Revirei a noite toda. Perdi o sono. Levantar não ia resolver, apesar de fazer uma perigrinação até ao banheiro.

Consegui dormir pela manhã, até que ele voltou a doer. E quando parou de doer me deu fome, eu comi. E ele voltou a doer.

Rotina infeliz. Amanhã espero estar melhor e escrever algo melhor.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Utilidade pública

Segunda-feira eu estava assistindo a TV Cultura, no comercial da novela, por que eu não nego que sou brega e assisto novelas. Passei pela cultura e o assunto me interessou.

" Eram livros digitais feitos a partir de letras de músicas".
Idéia legal, gostei, olhei o nome do site pra olhar depois. Eis que depois de cindo minutos, eu não anotei e também não lembro mais o nome. Já revirei o site do programa e ainda não encontrei o que eu queria sobre a reportagem.

Bom, se alguém souber o nome do site e puder me ajudar.

Informações adicionais:

*Os livros quando impressos cabem em capas de Cd´s.

*O programa que eu vi era o *Metropolis/Tv Cultura*
Acabei achando o site em outro blog!..

************************

O site é *Mojo Books* , muito legal, a desinformada não conhecia.

*Eu sabia que tinha algo com M.. miojo, mebo..ou nojo.*

terça-feira, 5 de agosto de 2008

"Stress"????

É normal hoje em dia as pessoas dizerem que sofrem de "stress". Ontem eu estava reclamando que estava "stressada" e ouvi um sonoro "stressada com o que? Tu tem tudo na mão.."

Realmente eu estou "stressada" com o que? Eu não preciso voltar muitos anos atras para chegar a conclusão que a minha vida é muito mais fácil do que já foi.

*Na minha casa, tinha um chuveiro que se você passasse mais de 10 minutos no banho, caía a chave e a água gelava e detalhe a chave ficava bem longe do banheiro.

*Fui ter TV em casa, já aos 3, 4 anos. Tv colorida aos 6! E fora que não tinha muitos canais. ( Fui do tempo que se colocava plástico colorido em frente a TV para dizer que via colorido, la em casa teve um vermelho que parecia rosa.. mas não era muito moderno, na casa da minha tia, tinha um com duas cores, vermelho e amarelo, isso sim era tecnologia!)

*Na minha casa só havia um banheiro para 5 pessoas, com a mesma rotina.

*Nem sonhava com Internet e muito menos com computador, que só tive acesso aos 15, 16 anos.

*Confesso que sou da época do vinil, meu pai fazia coleção e não havia lojas para comprar, ele esperava um senhor que viajava pra capital e comprava usados e revendia na minha cidade, um a cada 6 meses. A coleção dele era pequena..

*Confesso também que sou da geração "fita", meu irmão pedia os "discos" para os amigos e "pirateava" para fita.

*Confesso que sou da geração "CD"...e que meu sonho na adolescência era ganhar CD´s de presente, principalmente de aniversário, mas como era caro, nunca ganhei.

*Na minha cidade, praticamente não havia lojas de roupas, as minhas roupas até os 8, 9 anos foram feitas por minha mãe. Calçado eu só tinha dois: um tênis para ir para escola e um chinelo para andar em casa. E quando "arrebentava" a tira.. minha mãe colocava um prego em baixo do chinelo para segurar.

*Não havia detergente para lavar louças, geralmente se usava o sabão que era feito por minha vó, cujo cheiro lembra "sebo" de ovelha. E minha casa o assoalho era de madeira, minha mãe passava cera em pasta. Quem lustrava o chão? A enceradeira? Também. Mas de início até desempastar era eu com as minhas pernocas.

*A calçada não tinha "jato".. era no balde e vassoura.. e força!

*Comida, nem conhecia o sabor de uma pizza e sorvete.

Isso, que eu nem voltei tanto no tempo, apenas uns 10, 20 anos. Se voltar no tempo de minha mãe, ela viveu um bom tempo da vida dela sem luz elétrica, lavou roupa no rio e comeu aquilo que plantou.

E como eu posso reclamar que eu estou "stressada"?

Se eu lavo a minha roupa na máquina de lavar. Pago conta sem sair de casa. Tenho várias opções de canal de tv pra assistir, 'baixo" a música que eu quero a hora que eu quero, e se sentir vontade pego o telefone e peço um pizza".. É muito descaramento reclamar da vida.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Não havia prazos

O telefone não tocou. Menti para mim mesma que não tinha importância. Mas tinha. Tem. Senti-me mal. Frustrada.Não era emprego. Era algo imensurável para mim. Culpa minha. Mania de colocar prazos, limites em tudo. A vida nem sempre segue os nossos desejos. A minha ao menos não.

Ninguém afirmou e confirmou que havia prazos, mas eu os coloquei e acreditei que realmente podessem acontecer. Desilusão. Ao menos a minha ansiedade deu espaço a frustração. Praticamente trocar o 6 por meia dúzia. Passa.

Agora sem prazos. Ficarei tranquila. Ainda chateada. Passa.

Pra completar a angústia. Minha mãe me liga ontem. Fazendo o papel de "mãe".

Não era o melhor dia. Nem a melhor hora. Eu não era a melhor pessoa. Descontei. Infelizmente.

Sofro com a minha intolerância, impaciência.

"Aprendi a me virar sozinha".

Sempre foi assim. Sou o tipo de pessoa que não gosta de dar trabalho e levar problemas para os outros. Aprendi um pouco a me "dividir" com o blog, que por tabela é meu "canto das lamentações".

Sempre fui a criança que era independente. Acordava sozinha. Sabia o que eu tinha que fazer e nas horas que tinha que fazer. Não ousei nunca reclamar o que eu via de errado dentro de casa. A única vez que ousei questionar, ouvi a resposta que foi a causadora de toda essa "instrospectividade".

- Mãe, por que você gosta mais do mano do que de mim?
-(demora na resposta) Eu gosto dos dois igual. Mas ele precisa mais de mim do que você.

Detalhe: Era uma menina de 6 anos. Ele um adolescente de 16. Quem precisa mais?

E essa não é uma lembrança fantasiosa, como dizem os psicólogos, em que as crianças não tem lembranças de sua infância, são apenas fantasias.

Nunca levei problemas para meus pais. Minha mãe nunca foi mãe. Amo-a. Porém eu não aceito que hoje aos meus 26 anos, ela queira recuperar o tempo perdido e me tratar como criança.Eu já cresci. E praticamente tudo que aprendi, foi com a vida, por que ela não me preparou para nada. Uma casa, uma cama e comida no prato, não faz de ti um ser humano. Apenas te faz domesticado.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Canjica...

Tudo começou com a canjica. Conversando com a Youko pelo msn, ela como sempre me oferencendo comidas que no momento eu nunca tenho em casa, fazendo-me passar vontades. Não é que eu estava cozinhando uma canjica? Pois é. O assunto virou em torno disso. Somos de diferentes regiões, o que canjica lá pra cima, difere um pouco do que é canjica aqui para baixo. Eu cheguei a uma conclusão, lá para cima eles gostam é de complicar, e eu ainda não entendi como eles comem canjica com o calor que faz por lá.

Com a canjica pronta. Fui "jantar". Eu o Sr. Sapo comendo. O assunto iniciou quando eu comentei que minha canjica não fica nunca igual a da minha mãe. E veio todo um momento nostalgia.

Na casa que passei boa parte da minha infância, tinha uma cozinha enorme, com um fogão a lenha, com janelas enormes (para meu pai observar a vida dos vizinhos). Não recordo-me da primeira vez que comi canjica. Mamãe conta que ela colocava só o caldo na minha mamadeira de lanchinho da tarde.. (algo bem light!).

Porém, recordo de chegar da escola no inverno e sempre ter em cima do fogão a lenha uma panela com canjica sempre quentinha pra se tomar com leite. Aquela sensação boa de você estar no frio e chegar em casa e ser recepcionada com o calor de uma cozinha aquecida pelo fogão a lenha, uma comida sempre quentinha.

Enfim, pensei em tudo isso, porém ainda não entendo o por que a canjica de minha mãe fica mais gostosa. Deve ser por que tudo que ficou no passado parece ser sonho.

Acordei.