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terça-feira, 29 de agosto de 2023

Pedindo limites

É, eles pedem limite e controle, sou obrigada a concordar com os profissionais da área.

Já ouvia a conversa em casa que os "colegas" os pais colocaram aplicativos para controlar o celular, mas eu protelei ao máximo a chegar esse ponto, sou adepta da conversa, da troca, do entendimento e liberdade com consciência,  mas ela não quis aprender do jeito fácil,  então faço eu o meu papel de mãe, antes que a vida a ensine.

Já estava incomodada com ela, com a postura dela diante das coisas: ir para os cursos reclamando, nada está bom, sai com o pai, ja volta de mau humor, por que? Por que são momentos em que ela tem que se desvincular do celular.

A métrica para tudo era o que acontecia online, brigavam e discutiam e ela soltava o mau humor em cima de nós, não podiamos falar, conversar. Ela ja estava ofensiva, isolada.. depois de uma conversa ensaiava uma melhora, mas logo voltava para o antigo comportamento em não ter vontade de fazer mais nada.

Essa semana ainda conversei com ela, sobre ela ter essa liberdade que os amigos não tinham e que devia aproveitar por que eu estava cogitando fazer esse controle. E realmente, eu ja sabia que ia fazer só estava dando a última chance.

Na quinta, como é uma tarde livre, orientei que eu queria o quarto arrumado, porque o caos estava instaurado, não dava para entrar porta a dentro. Lembrei a ela que caso não arrumasse iria tirar o celular e fim de semana estava ai, é quando eu libero ela para dormir com ele, por que as 21 eu sempre guardo pra ela dormir.

Sei que passava pela porta do quarto, o trabalho não rendia, ela não negou em fazer,  mas disfarçava, lógico que ela estava no celular, não sou boba e ja havia comunicado a consequência. 

Na sexta, eu ia passar o dia todo no hospital, entre raio-x e ortopedista,  meio dia enviei mensagem pedindo que ela fizesse o combinado: tirar o lixo, alimentar os bichos, guardar a louça da lava-louças e arrumar o quarto, tudo depois de almoçar.

Quando cheguei, para a não surpresa minha, ela não havia feito nada, mas o que mais me indigna são as cachorras sem comida e sem água, retorno a avisar pra ela fazer, ela vai para o quarto fingir que arrumá, chega o pai que vai conversar com ela, retornando a lembrar que teria consequências se ela não fizesse e ela pra ele "to cagando".

Foi a gota d'água,  perdi toda minha paciência e tirei o celular dela por tempo indeterminado, busquei opções desses apps de controle,  olhei todos e coloquei um de controle parcial, por que queria deixar ela com alguns acessos livres.

A mágica ocorreu, ela ficou feliz, arrumou o quarto, estava gritando para ter limites, agora ela tem assunto com os colegas, afinal a mãe também controla o celular dela. #sqn

A felicidade durou até ontem, entre 13h e 14h ele desbloqueia para ela descansar depois do almoço até a retomada das atividades da tarde, estudar coisas da escola, música e inglês. E parece uma droga, só naquele tempo de liberdade voltou tudo novamente. Fiz o bloqueio dos apps que haviam ficado livre como: duolingo e spotify. Passei pelo o quarto e ela ouvia as lições do app do curso de inglês e não fez nada novamente,  dormiu a tarde toda e ficou de mau humor..

... reclamando que agora o celular só servia para fazer ligação e tirar foto. Oi?! Fui obrigada a lembra-la que a origem do celular é fazer ligação e teve um bom tempo que nem tirar foto eles tiravam.

Eu luto com as armas que tenho nessa guerra, aguardem cenas dos próximos capítulos,  talvez se nada mudar terei que fazer bloqueio total.

Ahh mas porque não tirar de uma vez? Por que sou malvada, ela terá que aprender a conviver com o vicio, para ela esta pior ter o celular em mãos e não poder mecher do que simplesmente eu guardar. Veremos...

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Finjo ter paciência...


Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não para

Em uma tarde dessa semana, estava eu aguardando a Lígia na sala de espera da aula de música,  essa é a minha rotina por algum tempo. Antes esperava no carro, agora sem poder dirigir aguardo na salinha. 

Logo que fraturei o braço pensei em encerrar o ano para ela, ja estava no fim do módulo, mas não achei justo com ela, é só uma vez por semana, não me custa pegar um Uber, ir levar e aguardar.

Retornando.. estava aguardando na sala e eles deixam sempre a tv conectada em alguma playlist, fico ali no celular e parei para ouvir Lenine, não teve como não parar, a música fez todo o sentido.

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência

Eu ando fingindo bastante. A verdade é que eu não sou essa calmaria toda. Proteção? Talvez. Porém isso não significa que não dói em algum lugar. Eu estou fingindo não ver muitas coisas,  não sentir, não me importar, a verdade? Dói,  mas sempŕe passa.

Tenho me perguntado bastante diante de algumas coisas que me desagradam: até que ponto isso faz diferença na minha vida? quanto tempo eu vivo ou vivi sem tal pessoa? Eu vim ao mundo sozinha, é a minha resposta para todas as minhas dúvidas. 

Eu vim ao mundo sozinha e a contra ponto "eu finjo ter paciência". O bom? É que estou conseguindo fingir, essa freada que a vida me deu, me fazendo colidir de encontro comigo mesma, eu sinto falta da minha rotina louca, não da loucura,  mas sim da dormência,  de não precisar finjir, simplesmente  não por que eu não sentia, apenas não tinha essa percepção de tudo a minha volta, eu não tinha tempo para os detalhes, eu não tinha tempo para fingir...

... ter paciência. 

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Imperfeições

O que a pessoa as 2h da madrugada estava pensando, não seria nem digno de registro #sqn. 

Estava sem sono e nem posso dizer que rolava na cama,  por que nem posso, por conta do braço, mas estava absorta em meus pensamentos na escuridão. 

Pensava sobre idade e como eu me sinto mais bem hoje aos 41, do que aos 20 e nem é pela aparência,  mas sim pela consciência de vida que tenho hoje, pelo amadurecimento interno.

Não que eu não queira mais a juventude, quem me dera ser aquela Lucí que implicava com olheiras e manchas do rosto que só ela via, mas eu queria aquela Lucí com a mulher que eu me transformei. Eu sei, é utopia, não é possivel, essa Lucí de hoje é uma sobrevivente, uma construção e desconstrução contínua. 

Porque esses pensamentos apocalípticos para não me fazerem dormir? Não assisto muito a tv, mas sempre escuto. Agora toda essa polêmica sobre pais tóxicos por conta daquela atriz que esta na midia. Eu sou fruto de uma mãe tóxica.

Minha relação com minha mãe nunca foi das melhores, com o tempo não posso dizer que melhorou mas eu cresci e não permiti que ela fizesse o que fez a vida comigo e muito menos respingar na minha filha. 

Ela pisou em qualquer autoestima que eu pudesse ter  enquanto vivi com ela. Nunca fui o bastante. Nunca bonita, inteligente ou qualquer atributo que ela esperava de mim, pelo contrário fui a ovelha negra, a rebelde, que segundo eles "sempre fazia tudo para contrariar!".

Sinto muito mãe! Eu não fazia ou faço para contrariar! Eu era e sou eu mesma, que estava lutando para moldar minha personalidade dentro da caixa de sapato que você me oferecia.

Hoje olho e vejo o circo de horrores que ela fez da minha vida e mentiria se dissesse que ela não tenta ainda fazer. A lembrança mais cruel, ela com a fita métrica. Minha mãe era costureira, em uma cidade do interior,  em um tempo que não havia comércio de roupas, somente tecidos.

Era ela, sua fita métrica e as espetadas de alfinete, porque "onde ja se viu!!??onde tu vai parar com essas medidas!! Toda vez que tiro, está maior!!". Desculpe mãe, eu era uma criança,  e crianças crescem, eu era igual as outras, que a senhora tirava as medidas e sorria e não reclamava.

O terror da fita métrica me acompanhou. Ela fez todos os meus vestidos de fim de ano. E não era o fato de fazer um inferno,  ela escolhia o modelo, a cor, segundo ea eu tinha mau gosto e "nada ia ficar bom em mim mesmo."

Era uma frustração interna dela, hoje eu sei. Eu não tinha a altura que ela sonhou, tenho mais curvas que qualquer costureira goste, por que ela queria um cabide, reto.. eu não sou, e rara das clientes dela eram, mas ela destilava o veneno todo em mim.

Lembro para minha festa de fim do ano da pré escola, eu tinha 6 anos. Minha mãe fez a roupa de todas as minhas colegas, na época estava na moda o modelo de saia "balone". Todas minhas colegas fizeram esse modelo. Minha mãe? Decidiu "não vai ficar bom para você". E quase não fomos a festa, por que ela não teve tempo de fazer o meu vestido, olho para as fotos e era um vestido bonitinho, verde bebe, de um resto de tecido que ela tinha em casa.

O drama da fita metrica, resultava no controle absoluto do que eu comia. Nada de pão, doces. O controle alimentar realmente não incomodava, por que comiamos muito bem, comiamos comida de verdade, mas eram os olhares, o julgamento. Ela não impedia, mas era sempre o comentário "por isso as medidas aumentam"! Isso da barriga! Se comer e ficar parada cresce a bunda.

E la ela ia me massacrando. Na minha última formatura da escola, ela me deixou escolher o modelo e o tecido, fui na loja escolhi o croqui, os tecidos e foram dois meses de humilhação.  Cada medida tirada e prova de vestido ela me espetando e reclamando. "Ia ficar horrível!". No final ela modificou o vestido, deixou abaixo do joelho e ele havia um bolero de renda, que ela fez 1/4 de manga. O decote? Nem preciso mencionar que ela não fez. Era um desenho um vestido, decote coração, curto com um colete de renda.

Ja maior, haviam lojas, meu pai (outro tóxico, merece uma reflexão só para ele), todo fim de ano ele liberava dinheiro pra ela ir as compras. Eu odiava esses momentos, principalmente quando cresci, não podia escolher nada. NADA. E ja nos últimos anos que morei com ela, ela me permitia "escolher" mas nada ficava do lado do provador e tudo era feio, nada ficava bom.

Sabe mãe,  apesar de tudo, eu te agradeço, ter me feito acreditar que eu era a mais feia de todas as minhas amigas, com seus comparativos diários,  mas não, eu era igual a elas, a diferença é que você não tinha o direito de dizer isso a elas e sabe que nem a mim?!

Cresci buscando outros talentos, ja que eu era tão feia, ao ponto da minha própria mãe dizer isso. Então mãe,  eu fui ser a inteligente. Ah! Isso a senhora também nunca reconheceu! Nem isso era o suficiente. 

Eu fui me descobrir quando sai para o mundo, fui descobrir o que eu gostava de comer, ouvir, vestir. Eu tive que me reconstruir e aprender  a viver. Descobri que eu não era nem um pouco feia, que tudo aquilo que ela tentava esconder e reclamar em mim, não era feio, era a opinião dela. 

Sim mãe,  eu me tornei uma mulher inteljgente, astuta e raçuda e sabe, devo agradecer a você,  porque eu aprendi a lutar com quem devia nos amar, por que a "vida la fora ja é tão difícil!". Não, a vida "ai dentro foi dificil". O mundo me abraçou e me acolheu, com todas as minhas imperfeições perfeitas.

terça-feira, 22 de agosto de 2023

Ali a mesa...

Não me importo com tradições ou faço menção em seguir, mas sei reconhecer uma quando já esta instalada, bem provável que ja veio incrustada em mim desde a minha infância: conversas a mesa durante as refeições em família. 

Meu pai nunca foi muito rígido, não sei, ele tinha autoridade flexível,  mas haviam algumas regras impostas por ele que eram seguidas e ninguém ousava questionar ou não cumprir. Horário das refeições: almoço (meio dia) e janta (no máximo até as 19h). Todos a mesa. Tenho muitas boas lembranças desses momentos, pois tinhamos igualdade e liberdade para todo mundo compartilhar seus momentos.

E agora me vejo assim, com minha própria família,  com a mesma tradição de refeições a mesa, não mais como as que eu tinha, por que a vida corrida de todos já não permite mais. Almoços reunidos? Só fim de semana, mas pelo menos a noite a gente se reune a mesa para comer e colocar a prosa em dia, 

O horário? O mais cedo possível depois das 19h, ninguém gosta de comer tarde, as mesmas pessoas, os mesmos lugares. Os assuntos? Os mais variados e muitas vezes surpreendentes. A fala mais ativa? Ela.. que sempre nos brinda com uma infinidade de temas e nós nos reduzimos a ouvintes, e formadores de opiniões, que são sempre são bem recebidas e acredito que isso tem haver com esse momento descontraído, nada é imposto.. é muita conversa. (como o da catequese, o assunto morreu, nunca mais ela contou nada sobre isso, era sinal que ela estava muito incomodada com o assunto)

Ja estive no lugar dela e hoje vejo a importância desses momentos, são especiais, tanto que vou passar a escrever mais sobre essas conversas "ali a mesa", com esse mesmo título, assim como outros que ja são seriados por aqui.

sábado, 19 de agosto de 2023

Educadinha..

 De passagem pela cozinha vejo ele servindo um copo de Coca..

"- Coloca pra mim também,  por favor!?".

"- Como tu anda educada nos últimos dias. "

Sorri e a velha desculpa "eu sempre fui educada."

Lá eu tomando minha coquinha e refletindo sobre a situação.  Não sou adepta a convenções que eu considero tolas e isso todo mundo sabe, mas educação eu sempre tive. Será que pela toda a correria e loucura que estava minha vida em algum momento eu deixei de lado??

O básico das palavrinhas magicas "com licença,  por favor, obrigada, desculpe " Sempre as uso sem cerimônias, agora "os bom dias e os demais".  Sigo o fluxo e não me importo se não usarem comigo. 

Eu ri sozinha como a maioria de quem me conhece ja se acostumou com o meu hábito de não ter esse hábito.  Ja fui cobrada, hoje não mais. Um " E ai?! , Oi!!" Resolve tudo.

Porém não tem como negar que me sinto mais calma, talvez seja esse o ponto, sempre fui educada, mas eu havia desistido de falar com as pessoas, desistido de pedir, ele ja sente a diferença...

... e sorrindo, me entregou o copo e agradeci com um sorriso meu.

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Covinhas

Não faz muito tempo que acordei, ja estou dormindo melhor, dizem que não existe isso de acumular sono, mas ando mais sonolenta nos últimos dias.

Foi só um sonho, mas foi tão real.

"Ele arrumava a mochila sob a mesa da sala, conversava e soŕria para mim, e saiu pela porta"

Bom, não consigo lembrar sobre o que conversávamos, mas era algo leve reconfortante, ele parecia a me aconselhar. O mesmo sorriso, as mesmas covinhas e o mesmo "tchau" com respeito que o lugar merecia.

Conheci E. , meados do ano passado, que passou a trabalhar junto comigo duas vezes por semana. Prof. E.F. Eu ja andava irritada demais, por que fiquei trabalhando sozinha por algum tempo, e não conseguiam ninguém para preencher a vaga, até que ele assumiu.

Antes mesmo de sermos apresentados, ja me disseram "ele é caladão, não tem filhos e não mora na cidade'. Ja pensando o pior, isso significa grandes chances de ser um faltante no nosso meio.

Quando fomos apresentados,  na primeira oportunidade que ficamos sozinhos ele me fala: "Lu, eu não queria estar aqui, eu gosto de escola, mas eu não tive outra escolha, preciso trabalhar e pode ter certeza que farei o meu melhor".

Assim nasceu nossa "amizaďe". Ele foi honesto, estava apavorado, não sabia o que fazer, mas tinha vontade de aprender e realmente fez o seu melhor, por que ele era profissional. 

O caladão, não era caladão. Era observador, apenas isso, ouvia, pensava antes de falar. E varias vezes ouvi "Mas ele conversa contigo??".

Elas não souberam e nunca vão saber, o que passamos naquela sala durante aquelas manhãs e muito menos o que compartilhamos fora daquelas paredes, e acho que sei o porque do sonho, andei pensando muito nele nos últimos dias, desde que fraturei o braço.

E o que me atraiu a lembrança? Ele é canhoto.

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Saudade dói.

 

Ontem o dia estava estranho e nem chovendo estava. Sinto falta do trabalho, de ter aquela rotina, talvez seja esse motivo da estranheza.  

Fim de semana, lembro de ter aberto o WhatsApp e me sentir um pouco de lado, olhando o grupo do trabalho,  vendo a vida de todos andando e a minha parada, a sensação de já ter vivido isso antes, sim eu já passei por isso antes.

Fui me sentindo excluída,  eles ja removeram de grupos específicos,  ja que não estou no trabalho,  não é etico a  ter acesso a informações,  só me deixaram no de assuntos gerais.

Quando repentinamente a minha parceria me envia mensagem,  chorei quando li, sinto muita falta deles. É diferente de férias,  que você está cansado e vai se preparando gradativamente para o rompimento,  eu não, foi repentino. 

Conheço bem ela, minha alma gêmea, com certeza ela não quis ser invasiva, por isso ela não me procurou antes, mas é a pessoa que mais tenho afinidade na vida, até em pensamento..ela ouviu e veio me socorrer.

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Hope..

 

Esses dias recebi um email cujo remetente era "Hope..". Achei uma graça, coisas da idade e foi inevitável não lembrar dessa música que gosto tanto. Veio em boa hora, obrigada "Hope".

Não tem como ouvir e não se contagiar com a alegria do Brendon Urie, do Panic! At the Disco. Ele canta sorrindo, é uma energia que nos enche a alma, da vontade de cantar e dançar junto.

Que Dave e Dinho, nunca leiam isso, vai que fiquem com ciúmes,  desnecessário.. vocês são insubstituíveis e tem morada garantia no meu corpo.

Brendon ❤ 

High Hopes

Panic! At The Disco


Tinha que ter altas, altas expectativas para viver

Mirando nas estrelas quando eu não conseguia alcançar o sucesso

Não tinha um centavo, mas eu sempre tive uma visão

Sempre tive altas, altas expectativas


Tinha que ter altas, altas expectativas para viver

Não sabia como, mas sempre tive uma sensação

Que eu seria aquele um em um milhão

Sempre tive altas, altas expectativas


Mamãe disse: Cumpra a profecia

Seja algo maior, vá fazer um legado

Manifeste seu destino, antigamente

Nós queríamos tudo, queríamos tudo


Mamãe disse: Queime suas biografias

Reescreva sua história, ilumine seus sonhos mais selvagens

Exiba suas vitórias, todos os dias

Nós queríamos tudo, queríamos tudo


Mamãe disse: Não desista

É um pouco complicado

Todo enrolado, sem mais amor

E eu odiaria ver você esperando


Tinha que ter altas, altas expectativas para viver

Mirando nas estrelas quando eu não conseguia alcançar o sucesso

Não tinha um centavo, mas eu sempre tive uma visão

Sempre tive altas, altas expectativas


Tinha que ter altas, altas expectativas para viver

Não sabia como, mas sempre tive uma sensação

Que eu seria aquele um em um milhão

Sempre tive altas, altas expectativas


Mamãe disse: As coisas são difíceis para os diferentes

Os heróis mais estranhos nunca são amadores

Os esquisitos e os românticos nunca mudam

Nós queríamos tudo, queríamos tudo


Fique nessa ascensão, fique nessa ascensão

E nunca desça, oh

Fique nessa ascensão, fique nessa ascensão

E nunca desça


Mamãe disse: Não desista

É um pouco complicado

Todo enrolado, sem mais amor

E eu odiaria ver você esperando


Eles dizem que tudo já foi feito

Mas eles não viram o melhor de mim, eh, eh, eh

Então eu tenho mais uma chance

E vai ser uma bela vista, eh, eh, eh


Tinha que ter altas, altas expectativas para viver

Mirando nas estrelas quando eu não conseguia alcançar o sucesso

Não tinha um centavo, mas eu sempre tive uma visão

Sempre tive altas, altas expectativas


Tinha que ter altas, altas expectativas para viver

Não sabia como, mas sempre tive uma sensação

Que eu seria aquele um em um milhão

Sempre tive altas, altas expectativas


Tinha que ter altas, altas expectativas para viver

Mirando nas estrelas quando eu não conseguia alcançar o sucesso

Não tinha um centavo, mas eu sempre tive uma visão

Sempre tive altas, altas expectativas


Tinha que ter altas, altas expectativas para viver

Não sabia como, mas sempre tive uma sensação

Que eu seria aquele um em um milhão

Sempre tive altas, altas expectativas

domingo, 13 de agosto de 2023

Entre eles..

 

Eu acho tão linda essa cumplicidade que existe entre eles, o quanto eles transbordam amor um pelo outro.

Olho com olhar de expectadora, admiro e fico feliz. E eles são assim, um amor infinito e declarado.

Meu coração se derreteu um pouco mais hoje..e a prova que pequenos gestos marcam a vida de uma criança..


sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Sobre...

A verdade é uma só, não tenho assunto, mas tenho a necessidade de escrever para me organizar internamente. Estou a voltas e tudo que acerca tem relação com o meu braço e nesses dias mais frios é verdaďe que fratura dói bem mais.

Nesse mesmo tema, ja faz me lembrar que isso aconteceu dia 20 e que felizmente o tempo esta voando e que eu arrumei umas ocupações que ninguém precisa saber, mas que estão me afastando do tédio,  digamos que conhecer a cultura de outro país de outras formas.

E...

Não resolve meus pensamentos se voltam para aquela semana fatidica, me veio a lembrança do dia anterior, que eu estava almoçando quase duas da tarde, como sempre, que havia chegado do trabalho e tinha muitas coisas para fazer ainda, começar a organizar as coisas para a viagem que não aconteceu, e eu só queria uma coisa: um tempinho meu, para ler. Estava lendo o último livro da série  Os sobreviventes de Mary Balogh e simplesmente estava apaixonada e envolvida com o que lia, mas não tinha tempo.

E eu lia enquanto comia e refletia sobre isso, que eu nunca tinha tempo, que só queria ler um livro e não pensar e me preocupar com mais nada e ninguém e o universo ouviu meus pensamentos e algum anjo mirou errado, me deu o tempo que eu tanto queria com uma leve consequência,  mas se não fosse assim de que outra forma seria???

terça-feira, 8 de agosto de 2023

Gatilhos, de onde vem e para onde vão..

Gostaria de compreender o mecanismo de gatilhos de algumas memórias que tenho, que nos momentos mais "nada haver" elas pairam nos meus pensamentos e ficam ali rodopiando como folhas em um espiral de vento, todas rindo de mim sussurrando e soprando carinhosas lembranças.

Estava almoçando e pá, veio a lembrança de um agasalho do meu irmão,  era marrom com golas e punhos pretos e na frente a estampa de três dados coloridos empilhados. A lembrança do meu irmão vestindo ele para ir para a escola, a lembrança do agasalho guardado no guarda roupas, quando ja nao servia mais a ele. Com uns 13 anos eu peguei ele e me chamei de dona, porém ele já não parecia mais tão bonito como eu o via.

Eu doei ele e quem ganhou fez tão bom uso, que de todas as lembranças que vieram hoje, essa foi a que mais me sensibilizou.

Nessa época, eu tive um colega, amigo, ele era muito pobre, mas muito mesmo, a ponto de ir de chinelos de dedo no inverno, e quem é do Rio Grande do Sul, ainda mais da cidade que nasci, tem uma leve noção do rigor do frio. Eu lembro de olhar para os pes dele, cruzados embaixo da carteira, das roupas pequenas e curtas, ele parecia estar com muito frio.

Ele era um dos mais inteligentes e esforçados, foi o único ano que estudamos juntos, ele era miúdo, um dos menores da sala, sempre muito soŕridente. Entre amigos nos reunimos e cada um doou uma coisa: tenis, meias, touca e eu o agasalho.

Colocamos em uma sacola, em baixo da carteira junto com os materiais e eu escrevi o bilhete, não lembro mais o que escrevi, mas como eu era a mais intima, escrevi com carinho, para nao constrangelo, como se eu tivesse dando todas as peças. Lembro dele lendo o papel, olhando para os lados, o sorriso e um obrigado dito em voz sussurrada.

No outro e nos demais dias, eu vi ele com aquele agasalho e novamente todos os demais dias, criando novas e novas lembranças.  Ainda estou pensando aqui o que me levou a essa enchurrada de pensamentos, talvez ontem por ter conversado com meu irmão e ele mesmo envelhecendo eu ainda o vejo como aquele carinha de moletom saindo para estudar.

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Agora ficou esclarecido, penso eu..

Em um passado muito remoto, desejei ser freira. Não pela vocação ao clero (que diga-se de passagem , descobri mais tarde não ter nenhuma), mas quando se nasce no interior, nos anos 80, o meu único passeio além da casa dos poucos familiares,  era a missa de domingo, ainda mais quando o irmão mais velho esta a fazer a catequese, era obrigatório. 

Tudo relacionado a igreja me fascinava, os eventos, musica a arte. Minha mãe, logo tratou de manipular meu interesse, "freiras não podem casar". E o meu sonho foi deixado de lado, por outra paixão ainda maior: casamentos, que mais tarde descobri que tinha muito mais a ver com meu amor pelo design de roupa do que a união de homem e mulher.

Vim de uma família católica, mãe praticante dentro de uma racionalidade aceitável para a geração dela e de um pai, nada católico, que não se colocava a favor nem contra. Simplesmente chegou a idade da catequese e la fui eu fazer, por que era assim, fazer por que tinha que ir, porque todos faziam. Eu já tinha 10, 11 anos e não queria ser mais freira e tão pouco sonhava me casar, mas fui obrigada a seguir por algum tempo, sem deixar de questionar, mesmo assim "ia por que tem que ir".

Onde eu quero chegar com esse relato. Faz tempo que percebi que Lígia estava incomodada pelo fato de alguns amigos fazerem catequese, acredito que bem mais por se sentir excluída do que pelo interesse religioso. Por tempos ouvi comentários dela sobre, me mantive em silêncio,  a questão que acredito que começaram a pressiona-la "porque você  não faz?" e ela por não ter ou  não saber uma resposta começou a se sentir incomoďada, mas em nenhum momento chegou a me questionar.

Ontem ďurante a janta, novamente apos comentários sobre a catequese da melhor amiga, resolvi iniciar uma conversa mais esclarecedora, que não fiz antes por que eu achei que ela entendia os motivos. Começamos contando a ela sobre a nossa experiência de catequese, o pai até coroinha na igreja foi, porém enfatizamos que não tivemos escolha, iamos e frequentavamos por que todos faziam e não por que gostavamos ou entendiamos, eramos crianças.

Ela olhava e ouvia bem interessada, expliquei que ela não fazia catequese porque primeiŕo, nós os pais não somos adeptos a nenhuma religião e segundo, ela é criança e não tem entendimento próprio sobre fé. 

E cheguei ao ponto que acredito que era o que estava a incomodando, os questionamentos dos amigos. "E quando os amigos te perguntarem o por que você não faz, diga a eles que seus pais optaram por te dar opção, de você ter direito a escolher a sua própria religião,  quando você tiver idade e maturidade para entender e seguir uma religião por fé e por que se identifica com ela, não por que teus pais estão te obrigando. A sua escolha sera respeitada por nós independentemente de qual seja.".

Senti nos olhos dela a satisfação com a ŕesposta, de se sentir amparada, mesmo o pai no fim dando uma derrapada. "Eu só acho que não deveria ir para a umb.....". Já nem deixei ele terminar e cortei o caminho.. "inclusive a umbanda, se você escolher, pois será uma escolha sua e nós vamos respeitar.

Sugeri a ela que pesquise sobre religiões para conhecer as opções e ver que existe bem mais no mundo do que a católica. 

Quando achei que o assunto estava encerrado e não seria minha filha se tivesse encerrado..

"Mas mãe por que você me obriga a estudar?"  La fui com outro discurso agora não mais sobre opção, mas sobre oportunidade. 

"Eu não te obrigo, eu te incentivo. Quando você vai a escola, você tem a oportunidade de aprender. Quando te coloquei na aula de música, você tem a oportunidade de aprender, o mesmo com o idiomas. A dança..Os livros, eu não te cobro, não te obrigo, te dou a oportunidade e te incentivo."

"O que você aprende na escola você irá levar pra vida. O que você aprende na igreja e nas religiões, você não depende a frequentar lugar nenhum para ter princípios éticos, você deve saber o que é certo, errado, sem precisar de religião para isso, é a base do caráter que te cobro".

Foi outra longa conversa sobre valores, mas eu sei o quanto foi importante para ela, pois ela parou para ouvir, com atenção e jamais deixou de questionar, sinal que estamos no caminho certo, não é porque somos pais que somos donos da verdade e ela tem o direito inclusive de nos questionar.