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quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Ahh Baby...

Um dia você me perguntou se eu já tinha escrito sobre você “nesse lugar”? O que eu poderia escrever sobre você? Que é um cretino atrevido, que me conquistou e que derrota minha estabilidade? Um caso de amor e ódio por você...

No meio das palavras, as entrelinhas, as coisas não ditas, as provocações e os sorrisos escondidos na escuridão de algumas noites compartilhadas por nos. A gente vai se tentando, se testando, se provocando e se conhecendo.

Não vamos romantizar, se fosse romântico não seriamos nós dois. Entre gato e rato, só nos resta saber quem de nos é a caça e o caçador, já que trocamos de papeis e nos damos muito bem com os dois.

[..] É tão certo quanto o calor do fogo
Eu já não tenho escolha
E participo do seu jogo

Fi.. eu sinto a tua falta! 

Eu vou sentir tua falta!

Baby...

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Uma puxa outra, que puxa...

Aqueles insights e gatilhos que a nossa memória prega na gente, me presenteia com uma nostalgia gostosa. Nem tudo.

Veio em minha memoria, sem motivo aparente, o aniversário da minha professora do 2º ano (seria por que a Lígia também esta no segundo ano? Pode ser..). Eu gostava muito de fazer cartões, guardava embalagem de bombons da pascoa, papel laminado, papel de presente, para criar e decorar meus cartões. Fiz um pra ela, mostrei pra minha mãe e levei pra escola. Quando entrego para a professora ela diz: "- Lindo! Mas parabéns está escrito errado". Senti vergonha e me questionei por que minha mãe não me disse que estava errado. Hoje, como mãe, acredito que ela quis me poupar, já que eu tinha feito com tanto carinho, ela não imaginou que minha professora não faria o mesmo, o que eu também entendo, ela como educadora, tinha o papel de me ensinar. E no meio disso tudo, uma criança triste. Por isso prefiro eu mesma dizer as coisas a minha filha, o mundo não terá piedade dela.

Essa lembrança foi um gatilho para uma avalanche de lembranças e emoções, que estão ali escondidas e a gente nem sabe que lembra mais e que viveu tudo isso.

Essa professora, morava no caminho para escola, íamos em um grupo de meninas e passávamos em frente a casa dela, ela tinha uma filha pequena que sempre estava a janela e nos mostrava a língua, lógico que contamos e ela fez aquela de adulta que queria dar risada, mas que concordou que o comportamento da filha era inaceitável.

Quando eu já era pré-adolescente, meu pai comprou uma casa nova em outro bairro e por coincidência, a casa ao lado seria dela e estava em fase de construção, assim que ela se aposentou, eles foram morar lá. Ela, o marido, a menina e o filho mais velho que eu, uns 6 anos.

Ela me viu amadurecer. Sempre passava por ela, conversávamos. Eu gostava bastante dela, mais do que quando ela foi minha professora. O filho dela, era lindo. Ele não olhava para nos, éramos um grupo de meninas, que babava por ele, mas era um tudo umas pirralhas e ele já namorava a vizinha do outro lado, uma ruiva linda, de cabelos crespos e cheia de sardas (uma deusa aos nossos olhos).

Logo que iniciei o ensino médio, ela vaio a falecer. Foi muito rápido e inesperado. Começou a sentir umas dores na cabeça, foi internada no hospital, passou por cirurgia e não resistiu, foi um aneurisma. Ela meio que se tornou a "santa" dos meus estudos.

Lembro bem da noite que estava com dificuldades em química, do primeiro ano, já tinha pegado todos os livros que eu tinha em casa sobre o assunto, a professora era muito ruim, não tinha entendido a explicação, tentava resolver uns exercícios, eu teria prova no dia seguinte. Era um domingo a noite, eu escuta musica baixo, quando eu ouvi o barulho deles chegando de carro. Lembrei dela e pedi que ela me iluminasse, que me ajudasse a compreender e a fazer os exercícios. Uns diriam que foi coincidência, outros que foi persistência minha, só sei que foi como se os exercícios se iluminassem na minha frente e e eu consegui compreender para resolve-los. E toda vez que eu me encontrava dificuldades eu recorri a ela.  Até a entrada da faculdade e ai fui embora da cidade.

Nas minhas primeiras férias da faculdade, em dezembro, eu e uma amiga, estávamos decorando a frente da casa para natal. O filho dela H. chegou com um amigo de carro, o amigo era um velho conhecido meu, me viu.. veio conversar comigo e ele ficou da garagem olhando com cara de desprezo. Ele nos convidou para a festa que iam dar no barracão próximo a nossa casa, fazia tempo que não faziam mais as festas ali.

Nos fomos. Não iriamos perder. A musica boa, bebida livre. Era uma galera que unia os três bairros e os arregados, estava em casa, na minha área. O que eu mais lembro são as musicas, a gente sentava ate na grama pra cantar, muito rock gaúcho e coisas que hoje chamam de brega.

Esse dia me marcou com a "Menina Veneno". Eu fiquei com H. nessa noite. Eu tinha bebido um pouco, não o suficiente pra esquecer o que eu fiz. Ele tinha bebido o suficiente para se soltar e me carregar para o fundo de um velho palco sem ninguém ver. Segundo ele.. eu era só uma menina veneno..

No outro dia, quando acordei na casa dele, que era do outro lado da rua.. ele sutilmente sugeriu pedindo que eu não contasse a ninguém o que havia acontecido. Ele ainda era noivo da ruiva, ela estava viajando e também era muito amigo do meu ex e queria evitar qualquer problema com ambos, concordei e jamais contem a ninguém, nem as minhas próprias conhecidas, não tinha o interesse de prejudica-lo. Ele não se dizia arrependido, mas com o maior sorriso de cafajeste disse que "estava enrolando ela tempo demais para não casar".

Eles casaram. 

Ele tentou repetir a dose? Tentou..., mas ao contrário dele, eu jamais trairia a pessoa que eu amava e  todas as férias da faculdade eu pude ouvir ele lavando o carro ouvindo "Menina veneno" como provocação.

E a história que começou lá traz, com a lembrança de um cartão, termina assim. Uma lembrança, puxa outra, que puxa outra e acaba virando uma história.

Hoje já não sei deles, e bem provável que não os veja mais. Ele tem uma filha com a ruiva, a irmã hoje é mulher, medica. O pai se casou novamente e mora lá naquela casa, a nossa casa lá já foi vendida, as redes sociais estão ai, mas nunca fomos amigos, eu era amiga só dela. Saudades Prof. E!

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Efeito dos defeitos...

 Acabo de descobrir que mais uma vez esqueci-me de fazer algo importante.

Digo, mais uma vez, por que não fazem nem duas semanas que tive essa mesma sensação de desgosto comigo mesma. Eu não era assim, sempre fui correta com prazos. Eu apenas esqueci! Ainda me pergunto como foi que aconteceu, até lembrei mas já era tarde, perdi o "time".

Não sei o que aconteceu comigo, devo admitir derrota e colocar culpa nos remédios, estão acabando com minha memória. Esqueço-me de coisas que não gosto de lembrar, mas junto vão as coisas importantes.

Eu sempre fui uma enciclopédia ambulante, armazenava tudo com muita facilidade, tudo o que eu precisava estava sempre ali, dentro de mim. Nunca precisei de recursos para lembrar de nada e me orgulhava muito dessa característica.

Esse ano já esqueci: dia de médico, deposito de dinheiro, data de prova, prazos de trabalho. Isso das coisas que eu consigo lembrar que eu esqueci, quanta redundância!! Falta de organização? Procrastinação? Efeito colateral do remédio? Um pouco de tudo.

O primeiro passo é aceitar que preciso de ajuda, providenciei aplicativo com lembretes. Não me sinto confortável com isso, mas não vejo outra solução, mas não me sinto bem com essa novidade, melhor o gosto amargo da derrota, seguir em frente do que ficar repetindo os mesmos erros e lamentando e se esse é o preço que preciso pagar, perda da minha memória, é um preço pequeno diante da paz e estabilidade que a medicação me trouxe.

Não gosto de relembrar como era, das fases da mania e da depressão, a mais dolorosa. As noites sem sono, os choros constantes, a revolta interna, as loucuras, a irritação e intolerância. Os altos e baixos constantes, é preciso olhar pra dentro de mim, olhar o passado para ver o quanto estou bem e a falta de memória é só um detalhe diante de tantos benefícios, assim como a medicação me trouxe o bem estar, a agenda e os lembretes me auxiliaram nessa minha caminhada.

Assumir que já não sou mais a mesma... não mesmo!

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Viciada em ... (PARTE II)

 Foi em um dia desses que caí na história do romance entre Cam e Amélia (Desejo à meia noite-Lisa Kleypas).

Ohh céus e como desejei Cam! Um cigano que me fez suspirar por dias.

E aquela questão andava me incomodando "por que a vida real não era como nos romances? cheio de final felizes?".

O que me estava faltando era só olhar e observar..

"Em um amanhecer, passo a minha mão pelo lado para ver se ele ainda estava ali, como sempre faço.. é uma forma de saber a hora. Ele segura a minha mão e puxa. Eu queria dormir mais, e ele segurando minha mão, beija cada dedo de forma mais carinhosa possível e a leva de encontro ao peito e com a minha mão ali eu adormeço. Quando acordei ele já não estava mais ali...Não foi um sonho, foi real, lembro de ouvi-lo dizer que me amava e a sensação do calor dos beijos e do calor do corpo ainda estava presente."

E o que aconteceu nessa manhã me expandiu a mente, passei a olhar para minha própria vida. Eu tenho o meu próprio cigano Cam...

Os olhares, os sorrisos, a paciência, o carinho...como pode um homem me amar tanto mesmo depois de tantos anos. Eu tenho um final de feliz, seria como transformar a nossa história em livro.. e um epilogo logo estaria ali...

Não temos um final feliz, simplesmente por que não há final, estamos ai vivendo nossos dias e nos reencontrando e nos redescobrindo e a capacidade que ele tem de me reconquistar é infinita.

terça-feira, 4 de agosto de 2020

Viciada em... (PARTE I)

Bendita hora em que meus olhos caíram em um tipo de leitura: romances históricos.
Foi minha total perdição. Viciei.

Eu andava meio entediada com minhas leituras, queria ler apenas o que "me acrescentasse algo" e nem sempre o que nos acrescenta, é o mais prazeroso. Até que eu vi minha sobrinha comentar "eu leio o que eu quero por puro prazer!". Foi a deixa... precisava de livros sem pretensão.

Eu busco livros em grupos no Telegram, o que me parece interessante eu encaminho para um canal especifico. Em uma noite dessas, um mês? dois? Fui la no canal, olhar livros que havia separado, seja por nome, ou por descrição.. e por feliz sorte ou azar... cai nos livros de Julia Quinn...e depois nos de Lisa Kleypas.

Eu não tive mais vida produtiva desde então.

Leio até de madrugada, acordo cedo com vontade de ler, da quase um livro por dia!

São histórias envolventes.

O que me fez refletir...

O por que eu estou devorando esse tipo de leitura?

Cheguei a uma conclusão...

Por que de certa forma, as histórias contidas nos livros, representam todos os meus amores que não deram certo, sem o final feliz. O que me deixou melancólica por vários dias, frustrada. 

Por que na vida real não é como nos livros?

quarta-feira, 8 de julho de 2020

Leituras

Assim que eu recebi o diagnostico, minha psiquiatra sugeriu que eu fizesse umas leituras, que eu procurasse ler sobre o assunto que bem provável que eu entenderia melhor do que ela me explicando com os jargões médicos, sem me sugerir livros ou autorias, apenas explorasse o que tem no mercado.

Esse foi o primeiro livro que li, Não sou uma só: diário de um bipolar - Marina W., confesso que iniciei a leitura devido ao titulo, me parecia mais informal. E tristemente me surpreendi, me vi em vários relatos.

Assim como ela, não falo abertamente sobre o assunto, só mesmo aqui e com algumas pessoas intimas que sei que jamais vão me julgar. Não é vergonha, só não quero passar pelo esterótipo das minhas ações ou não ações, como se tudo o que eu fizesse ou deixasse de fazer é "porque ela é bipolar". É muito chato e revoltante, então deixamos assim, ninguém precisa de fato saber, tomo os meus remédios pra me manter estabilizada.

Ela também faz o relato das fases agudas depressivas, em que ela não saia da cama, mas sempre mantinha um livro pra pensarem que ela estava fazendo algo, eu fiz o mesmo, não tinha vontade de levantar, mas levantava e ia para o sofá, ligava a TV, para passar a sensação que eu estava fazendo algo, para não se preocuparem comigo e  não ..eu não estava nem mesmo nesse planeta. Estava longe, vazia e mergulhada em dores internas.

Os relatos, as loucuras, foi uma especie de manual, do que sou e do que posso esperar. Dos loucos relacionamentos dela, da necessidade de seduzir e apenas seduzir, sem querer de fato levar nada adiante para o lado físico. A falta de interesse sexual ou a compulsão. Como ela mesmo relata, bipolares são sedutores, já ouvi isso de alguém e hoje reconheço que jamais essa é minha intenção consciente.

Fiz outras leituras, que me acolheram e me fizeram entender um pouco mais o lado obscuro da minha mente, dos meus gatilhos e dessa metamorfose de ir de um extremo a outro.



terça-feira, 7 de julho de 2020

Tem certeza?

Oi.. posso te fazer uma pergunta?

Você é feliz?

É.. você mesmo que acabou de ler isso, responda para si mesmo.

E eu?

Bom, você não me perguntou nada, mas me julgo no direito em responder, afinal aqui é meu espaço, então minhas regras.

A resposta pra essa pergunta ja foi frustrante para mim, sempre correndo atras dessa tal felicidade, hoje posso dizer que sou feliz, por que pra mim, felicidade sempre foi estar em paz, paz comigo mesma.

Simples assim!

Sem muito floreio, sem risadas, sem ostentação.
Apenas estar em paz.

Dormir e acordar bem. 
Aquela sensação que preenche o peito e aquece a alma quando se respira.
Olhar o mundo com paciência e elegância.

Sorria pra mim e pense na resposta.

Você é tão feliz quanto eu?


segunda-feira, 6 de julho de 2020

Em tempos assim...



"Em tempos assim
Você aprende a viver de novo
Em tempos assim
Você se entrega e se entrega de novo
Em tempos assim
Você aprende a amar de novo
Em tempos assim
Outra e outra vez"


Desde sexta passei a sentir uma vontade louca de escrever novamente, ao certo por tudo que estamos passando hoje, quem um dia iria imaginar o "novo normal". Ainda me assusto.

...mas dentro de toda essa minha vontade, a qual não sei ao certo qual foi o gatilho, o certo é: EU VOLTEI!

Se é para ficar é outra coisa.

Abandonei o blog por tanto tempo isso não significa que me abandonei também, pelo contrário, estava em uma luta por minha recuperação infinita e crônica.

Inicio de ano fui diagnostica com TAB - Transtorno Afetivo Bipolar. Foi meio assustador, sair de um possível diagnostico de transtorno misto de ansiedade e depressão para Bipolar, mas ao mesmo tempo foi libertador entender que algo estava errado e o que exatamente, tudo com sua devida explicação, as fases maniacas e hipomaníacas, apesar de agora saber que é uma doença cronica, que vou depender de medicação pro resto da minha vida, compreendo que são os remédios que me dão essa sustentação para estar aqui novamente.

Passei uma fase muito aguda de depressão, acho que a pior de todas. Perdi vontade de tudo, de falar, ouvir, comer, dormir, ler, cansaço, irritação, mesmo com medicações que não surtiam efeito e só pioravam os sintomas, foi ai que por acaso a medica que me tratava mudou de clinica e eu que já estava habituada a ir ao mesmo local, decidi passar a fazer tratamento com a nova medica que assumiu o seu lugar, e assim que ela bateu o olho no meu prontuario, disse que eu era Bipolar e que os antidepressivos só iam piorar ainda mais minha situação.

E daquele dia pra cá tudo mudou, graças a Lamotrigina, estou estabilizada, na paz que eu sempre busquei. Esta certo que ainda tenho episódios de hipomania, mas tudo sobre controle, nada que me faça mal ou prejudique alguém, ate por que eu agora conheço os sinais e sei que vai passar, quando começo a ter energia extra, limpar em excesso, dormir pouco, falar mais do que o habitual e ter vontade de procurar algumas pessoas improprias, touche!

Tem dias que sinto falta do silencio da minha cabeça que algumas medicações tinham como efeito colateral, era bom. Já foi pior, com o meu pensamento acelerado, hoje acredito que esta normal, eu consigo reprimir ou mudar de ideia, sem que fique com barulho na cabeça.

O "normal" foi sempre um questionamento com a medica, eu vivia tanto tempo assim, que eu não sabia quem eu era e o que eu esperava de mim, se eu estava normal e qual é o normal, ela sempre disse que o normal seria quando eu me sentisse bem. Não adiantava  força uma postura social, já que isso não fazia parte da minha personalidade. Sou antissocial e me sinto muito mal em ambientes cheio de gente estranha e muito menos gente conhecida, se eu puder eu evito. Mas antes eu evitada a todo custo, hoje compreendo que as vezes é necessário nem que seja pra agradar as pessoas que a gente ama, como casamentos, batizados, formaturas, que são datas importantes para uma pessoa, e que se a pessoa me convidou é por que ficaria feliz em compartilhar esses momentos comigo. Então eu faço uma forcinha e vou, não doí e eu não fico em sofrimento uma semana antes.

É tanta coisa, que merecem ser escritos um post especial pra cada coisa.
Só sei que estou em paz comigo, estou feliz.

Só tenho a agradecer as pessoas que nunca desistiram de mim, mesmo quando eu mesma já havia desistido.

Obrigada 💕