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quarta-feira, 24 de abril de 2024

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 Eu voltava do trabalho ontem, a pé. 

Entrei na minha rua.

Vi um cachorro deitada na grama, do outro lado da rua, ele me olhava de volta. Era igual a minha Pink, pretinho que nem os olhos se dava para ver, abanada o rabo e me olhava, senti como a despedida que não tive..

Eu sabia que não era ela, eu tenho a noção dos fatos,.mas não teve como não lembrar. Logo estaria em casa, ela sempre ia me encontrar no portão, entrava atrás de mim e ia por todo o canto, quando finalmente eu sentava pra comer, ela deitava no meu pé, e ali ficava.

Em pouco tempo perdi 3 animais, a Fofa já era uma gata idosa, meio que a gente se prepara.. mas a minha Pink eu esperava viver com ela mais uns longos anos.

Tenho que aceitar, não tem outra solução, mas as lembranças dela ainda são muito vivas, como a se ontem.. e toda vez que eu ver um cachorro preto, rebaixado... ela me escolheu, pra ela.. eu era a dona dela. Sinto tanto..

domingo, 21 de abril de 2024

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 As morrer é a melhor escolha, quando se pode escolher morrer??

A gente fica brincando de viver, fingindo que está tudo bem, não está. É só uma anestesia que quando passa os efeitos as dores explodem e nos maltratam.

As vezes eu finjo que não vejo, os sinais são claros e como seria essa caminhada solo? O peso dos "meus fardos", isso doeu tanto. "Meus fardos", é são somente meus, percebo só agora.

Não é uma vida compartilhada, é uma vida solo. Em algum lugar em li sobre isso, estar só acompanhada. As vezes é melhor escrever na dor, as palavras não são maquiadas, saem mais sinceras.

É triste dizer, mas eu não aguento mais,.. 

sábado, 20 de abril de 2024

Adeus minha negona...

Hoje meu sábado amanheceu negro..

Acordo com ele me chamando "..a Pink tá morta".

Eu corro pra olhar e ela e ela deitada na garagem, parecia ainda respirar, não tínhamos certeza que ela estava morta, enrolo ela em uma toalha e corremos para o plantão veterinário, lá eles confirmaram que ela já estava morta, mas a gente sempre tem uma esperança.

A causa? Algo relacionado ao fígado. Eu não vi, eu não percebi os sinais, esses dias ela andou vomitando, mas achei que era algo que ela andou comendo, um matinho da calçada quando saio com o carro, elas saem.. ou do dia que elas viraram o lixo..

Ontem trabalhei o dia todo, quando cheguei em casa ela me recebeu toda faceira, deu um petisco e ela ficou bem, ela não estava bem..

Eu chorei, dói..

Lembro quando ele chegou com ela nos braços, uma bolotinha preta. Eu não queria cachorro, já tínhamos um gato, mas um amigo dele a cachorra deu cria, ele me convenceu, por que a Lígia vivia falando au au, aquela fase que todos são apaixonados por cachorros.

Elas cresceram juntas, companheiras. Pink era a sua guardiã, nos amou com a fidelidade dos cães aos donos. Sinto a culpa no peito por não ter percebido que ela precisava de ajuda, ontem ainda desmarquei o banho por que não teria ninguém em casa pra receber o "tio do banho".

Eu não quero mais bichos, Pretinha procura ela por todos os cantos, ela viu eu saindo com ela, até onde vai o entendimento dos animais? Ela deve ter sentido a outra morta, me pego pensando se ela entende.. 

Nenhum substitui outro, mas só quem ama animais sabe o quanto nos fazem falta quando partem e o que mais me dói é isso, eles não falam, eles não demonstram a dor..

Te amaremos pra sempre Pink.

sexta-feira, 19 de abril de 2024

Cliques e lembranças

Clica aqui, clica ali...

Não sei por que essa semana estou muito musical e nostalgica, qualquer música e as lembranças me saltam aos olhos..

Não foi diferente quando visualizei um status, e Roxette entrou nos meus tímpanos e chegou logo ao coração e transbordou em memórias afetivas e nem tanto, mas com saudades.

Me vi naquele carro, na estrada, volta das férias, com meu rádio toca fitas, eu ouvindo e reouvindo Roxette. Uma lembrança singela que rendeu vários desdobramentos:

A volta das férias, sempre pela Freeway, muito trânsito, a lembrança do meu pai dirigindo, o mau humor dele típico devido ao trânsito, minha mãe muda. Esse ano foi diferente, eu não sabia, seria um dos últimos que iríamos para a praia, que iríamos viajar juntos. Eu tentava sempre conversar mas ninguém me dava assunto, agora era somente eu, sem irmão mais velho, sem primo.. eu com eu.. e Roxette.

Eu já tinha um toca fitas portátil, coisa antiga não?! Lembro de meu pai ter comprado pilhas pra essa viagem, em casa eu colocava na luz e carregava pra todo lugar. Foi presente de meu pai, não de nenhuma data especial, por que meu pai era assim, nas datas ele não dava nada, mas em qualquer dia ele podia trazer alguma coisa da rua. Tentei lembrar aqui e não sei que fim levou esse rádio e toca fitas.. lembro de depois eu ter um maior, esse rodava cd tbm.. ahh e quem tá apavorado com os meu relatos de velharia, em casa tínhamos um "três em um" e meu pai adorava ouvir vinil nele e meu irmão vivia com discos emprestados, gravando fitas..

E como eu tinha essa fita do Roxette? Lembro que não era somente músicas deles, mas só lembrei da Madona que eu ouvia em casa e tentava convencer minhas amigas que aquilo sim era música boa e elas nas modinhas que nem lembro mais quais eram. Nunca as convenci, e sempre tive um gosto musical oposto delas. Retornando.. não lembro de onde surgiu essa fita, se eu gravei (eu já sabia fazer), se meu irmão fez pra mim.. realmente não consegui lembrar.

Lembrando de muita coisa, tá explicado por que eu sou assim :P

terça-feira, 16 de abril de 2024

Cego que não quer ver

Pela manhã, bem cedo, antes do trabalho, é a melhor hora para as minhas reflexões, pensar na vida, recalcular rotas, traçar objetivos, é quando estou com a mente limpa, calma, desperta e descansada

Atravessando a rua para entrar no trabalho, estava pensando em como ontem e hoje me sinto menos exausta do que nas últimas semanas, era um cansaço mental, que me fazia dormir cedo e acordar cansada, eu queria era esquecer, esquecer que isso estava acontecendo dentro da minha casa e eu não via.

A expressão "pior cego é aquele que não quer ver" pulou na minha mente. Eu era a cega que não queria ver. Agora que tudo está entrando no eixo, já me sinto mais a vontade em escrever sobre o assunto.

A juventude, imaturidade me fez julgar muitas coisas, como por exemplo as mães de dependentes químicos. Como era possível elas não verem os sinais? Como?? Deixar chegar ao ponto extremo, não perceber do começo?! Como?!

E hoje, ou nos últimos tempos, eu fui a mãe que não quis ver, os sinais eram claros,  e nas últimas semanas carreguei a culpa de "onde eu errei" e a gente nunca imagina que o nosso filho pode estar precisando de ajuda.

Lembre desse verão, a gente na piscina, conversando, ela sempre falando de sua nova paixão "Doramas". Eu olho para o braço dela todo arranhado e pergunto o que aconteceu.. e ela "ahh o gato me arranhou". Como temos gatos, essa desculpa sempre serviu, apesar de eu ainda dizer que ela devia ter perturbado demais o gato, por que eu eles não arranham. E agora vem na minha memória, várias vezes que eu vi os braços dela arranhados.

Posso dizer que em algum desses momentos, surgiu a hipótese dela mesmo estar fazendo os machucados, mas afastei da minha cabeça, por que pra mim era algo tão absurdo. Fui a cega que não quis ver.

Até que...

Mês passado, jantando olho para o braço dela, todo cortado, todo o braço esquerdo cortado, aquilo não podia ser arranhado de gato, pergunto pra ela o que era aquilo, ela afirma que foi o gato e eu digo que não foi, ela corre para o banheiro, eu vou atrás. Coloco uma pressão e ela conta que ela faz, meu mundo desaba, minha filha se mutilando, eu só queria saber a motivação, quem mais fazia.

Foi uma longa conversa de banheiro. Promessas que não iria mais fazer, porém se caso ela fizesse novamente eu iria entrar em contato com a escola.

Não precisou eu entrar em contato.

Uma tarde, estava fazendo algumas coisas não vi o telefone, sempre no silencioso, quando olho, uma ligação da escola dela, eu fiquei preocupada, retornei a ligação, nada tinha acontecido com elas mas a orientação queria marcar uma hora pra conversar comigo.

Eu iria a escola de qualquer forma, mesmo sem a ligação, pois no dia anterior, quando deixei ela na escola ela estava com os braços limpos, quando chegou ela estava com os braços cortados, então ela fez na escola e pelo visto a escola também descobriu, amigas foram contar na orientação.

O motivo pra ela se cortar: o aplicativo de bloqueio de celular.

Não, ela não tem esse direito de usar isso como chantagem emocional pra eu ceder no que ela quer.

Eu , dessa vez não teve mãe calma e compreensiva, por que eu sei que não estou errada. Ela é criança, precisa de regras e limites e nada do que eu coloco é algo fora do normal. Ela precisa estudar, ler, fazer outras coisas, não somente ficar atoa no celular. Ela tem hora pra dormir..arrumar o quarto, hora para comer. 

Surtei.

Eu fiquei puta. Fui na escola, uma longa conversa com eles, expliquei que já estava ciente do que acontecia, que tentei resolver, contei as motivações, contei quem mais fazia, que eu acredito que ela está fazendo pra chamar atenção, por repetição, por que em momentos nenhum ela tentou esconder, eu que não vi.

Isso me esgotou. De imediato não contei ao pai dela, contei somente depois dessa ida a escola, nesse meio tempo alguns dias trabalhei 12 horas. Eu mal dormia, comia.

Viajamos eu adoeci, não consegui descansar. Foi uma montanha russa de emoções. E por um tempo eu só quis esquecer que isso acontecia dentro da minha casa.

No final de tanta conversa.. ela não voltou a fazer e se voltar ela está avisada: "se a motivação da vida dela, é por que ela tem um aplicativo que limita o uso do celular, ela vai ter que arrancar o braço fora, por que eu faço questão de quebrar todo o celular que ela tem, por que aí nem celular ela vai ter e o problema será encerrado."





segunda-feira, 15 de abril de 2024

Segundas

O dia amanheceu com muita chuva, vou de carro para o trabalho, olho as horas e ainda faltava uns minutos pra eu entrar, aumentei o volume do rádio reconhecendo a música que iria iniciar.

Tem como o dia, a semana começar melhor?

"Run and tell all of the angels

This could take all night"

Não era Dave pra minha decepção, não identifiquei o cantor, uma voz anasalada, desconfio que filho ou algum conhecido do radialista fazendo cover, observei na semana passada o mesmo padrão no mesmo horário, músicas conhecidas foram tocadas mas não pelos cantores originais.

Fecho os olhos, viajo na música, um tempo bem perdido que vale os minutos que eu me atrasei até eu terminar de ouvi-la.

O dia não foi tão a altura de como começou..

Mas..

"Corra e diga aos anjos que está tudo bem".

Sempre.

sábado, 13 de abril de 2024

Outras dores...

Ontem ela chegou com os olhos marejados e me disse "hoje seria aniversário do meu filho" e nem conseguindo terminar a frase e eu que nunca soube o que dizer ou fazer nessas horas, somente me restou oferecer um abraço, um abraço de conforto de quem não tem ideia da dor que ela devia estar sentindo, mas pode imaginar, por que lembro a dor que eu senti em quase perde-la

Quem nunca deixou de lado seus próprios problemas e dores pra acolher as dores de quem a gente julga estar precisando mais da gente naquele momento? Mais do que a gente mesmo, eu deixei minha dor de lado para abraça-la, ela não sabe mas naquele abraço eu fui acolhida também.

Depois ela se recompôs, seguimos os caminhos de conversas aleatórias. Eu aprendi a gostar dela e sei que ela já confia em mim e no meu trabalho, não foi fácil no começo, mas eu estava de coração aberto e hoje eu entendo e agora compreendi todos os sorrisos dessa semana. 

Não era alegria, era desespero. Era uma alma que não queria lembrar mas não conseguia esquecer. Por isso entrei essa semana na sala e ela ouvia um pagode em alto volume, totalmente inadequado para o lugar e horário. Tudo compreensível olhando pra essa semana. Já percebi que o "barulho" externo é uma tática que ela usa pra acalmar o barulho interno, ela não gosta de ficar em silêncio consigo mesma. Somos tão diferentes.

O que ela não sabe é que eu tbm havia olhado no calendário,  e que a data não lembrava o aniversário de ninguém, mas sim que eu também havia perdido alguém nesse dia, mas isso ninguém irá saber, pois eu sempre vou deixar minha dor de lado e vou acolher outras, é minha forma de esquecer.

Hoje fazem 17 anos que ele se foi. Não tem mais dor, ficou só a saudade do que não foi vivido.

segunda-feira, 18 de março de 2024

Texto rascunho inacabado de início de março

 Oi.. já é março né?!

Como está tudo por todo canto?

Indo.. coleguinha. Indo...

Estou meio distante de tudo, promessas de ano novo que já ficaram no esquecimento, quer dizer, se tivessem realmente ficado escondidas eu não estaria remoendo.

Mudanças no trabalho, e ainda bem que eu consegui voltar a trabalhar, sem sequelas como aquele vacilão me fez acreditar, não estou 100%, mas consigo desenvolver o que eu já desenvolvia antes.

Ainda estou me adaptando a esse novo lugar, agora oficialmente perto de casa, facilita minha vida, menos cansativo, não dependo de transporte, quando quero vou a pé, bike.. e quando não tô afim eu vou de carro.

Estou em fase de observar as pessoas, não tenho mais a tolerância, não sei em quem confiar, nessa troca ficou pra trás a minha melhor amiga e confidente, pelo menos de trabalho, por que da vida eu não compartilho com ninguém.

Se estou gostando? Tenho opção? Pois então, atura ou surta. Entro, faço o meu trabalho, é o que melhor eu posso fazer, mas não sei se esse comportamento irá dessa forma até fim de ano.

Estou na medida do possível, acredito saudável, tive uma resfriado forte por esses dias, mas foi embora assim como apareceu, acho que estou com minha imunidade boa. 

Estou sem ânimo pra muita coisa: ler, escrever, socializar, aquele combo Lucí não quer guerra com ninguém.

Passei a semana remoendo, estou com muitas saudades do que está longe, mas sei que para estar perto só depende de mim.

Também não escrevi sobre o morto que ressuscitou, eu acho que fui escrota com ele, até pensei em me desculpar, carrego comigo a mágoa do mundo, mas nem deu tempo, ele desapareceu da mesma forma como apareceu, então deixa pra lá, apesar dele não respeitar nossa história, eu respeito, mas hoje só consigo me arrepender, era algo que queria ter o poder de voltar atrás e refazer a rota.


terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Virando a página

 

Dia chuvoso, bom pra escrever. Espero Saponildo no carro, ele fazendo os corres pra renovar a CNH, olho a minha, ainda com validade até próximo ano.


Aproveitar esse tempo de espera para refletir. O ano já iniciou e mês de janeiro já quase se despedindo, mais um ano que irá voar?


Te contei?


Semana passada passei por um novo ortopedista e ele confirmou o que eu já suspeitava. De fim de ano pra cá, após eu encerrar minha fisioterapia de dezembro, uma tarde lavando o cabelo percebi que eu já conseguia fazer o movimento com o braço direito e alcançar toda a área da cabeça, que antes eu não conseguia, devido a isso eu não conseguia amarrar o meu cabelo, eu dava o jeito, erguia o braço, apoiava na parede e forçava um pouco e fazia um rabo de cavalo mal feito e torto, mas fazia.


Então se eu conseguia lavar o cabelo também iria conseguir amarrar o cabelo sem apoio. E em como um click mágico eu consegui amarrar o cabelo, colocar o braço um mais nas costas e voltar a dormir de bruços.


O atual ortopedista invalidou o laudo antigo, disse que sim, irei me recuperar, olhou a tomografia e não viu sequelaz viu uma fratura normal, que lógico que ninguém se recupera 100%, porém vou conseguir fazer as mesmas coisas que eu já fazia antes e que esse processo é lento, posso levar até 1 ano.


Foi como se o peso do mundo fosse tirado do meu corpo, eu não sabia se ria ou se chorava, é como se tudo voltasse a ter cor, o meu maravilhoso braço direito, sei que dormi 2 dias seguidos.


Então, logo termina minhas férias e eu recomeço a trabalhar, talvez em um novo lugar, só estou aguardando o ok dos superiores, um novo lugar, novas pessoas, esquecer a gente nunca esquece, mas é uma nova oportunidade de recomeçar e repensar nos erros e novas tentativas de acerto. 


Planos pra 2024? Alguns.


Preciso focar em mim, a palavra do ano será: Saúde


*Texto iniciado em uma tarde, terminado em outro dia, pois Saponildo interrompeu com sua chegada e eu esqueci de terminar, mas por coincidência ou não, concluo em uma manhã chuvosa, sem pretensão de ser nada mais que uma simples manhã.


*Eu não tenho mais saco pra falar/explicar sobre esse assunto, só quero virar essa página da minha vida, voltar a normalidade e fingir que nada aconteceu. Sou boa nisso.