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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O Deus das Pequenas Coisas

Como vocês acham que foi meu Natal?

Talvez esse post dê uma dica!

Li mais um livro ótimo. Quero deixar claro que minha intenção em colocar os livros que leio no blog, não é para indicar boas leituras ou fazer críticas literárias. Longe de mim. Apenas quero de alguma forma registrar o que eu leio. Sempre li, já li tantos livros que nem eu mesmo sei. Já tentei entrar naquele site em que podemos organizar os livros, entre os que já lemos, estamos lendo ou vamos ler. Não deu certo. Eu começo a futricar e quando vejo não classifiquei nada e já amplio a minha lista de leitura.


O Deus das Pequenas Coisas - Arundhati Roy

É um romance. É um livro não linear. Não espere encontrar começo, meio e fim.
Ele começa pelo final. E vai inserindo flash de histórias e prendendo quem lê, afinal qualquer pessoa quer saber o que aconteceu com Sophie Mol.

Começa contando o reencontro dos irmãos gêmeos bivitelinos não idênticos a sua cidade natal. Estha e Rahel. Estha foi o menino "devolvido" pela mãe para o pai.

As descrições as vezes me irritaram por que meu foco principal era a história.
Encantei-me em saber cada detalhe da vida de todos os personagens. As vezes eu leio um livro e gosto mais do personagem que não é o principal e fico sem saber nada sobre ele, nesse livro isso não acontece, todos tem suas histórias contadas.

A única coisa que posso dizer é que eu jamais vou esquecer essa história! Ela me fez encarar algumas questões de como um acontecimento pode influenciar a vida de tantas pessoas.  A autora conseguiu descrever algo que engatilhou e simplesmente destruíu a vida de muitos personagens.

Eu também encontrei essa passagem na minha vida.

Não esperem encontrar um final feliz ou um final final. É apenas uma história, que podia ser de qualquer um de nós.
Bom, vou deixar registrado aqui, algumas passagens que eu achei interessante:

"Todos desrespeitavam as regras. Todos ultrapassavam territórios proibidos. Todos desafiavam as leis que determinavam quem podia ser amado e como. E quanto."

"Ele explícou aos dois que a História era como uma casa velha de noite. Com todas as lâmpadas acesas. E os ancestrais sussurrando lá dentro."

"Era esse o problema das famílias. Assim como médicos hostis, elas sabiam exatamente onde machucar."

"E o Ar encheu-se de Ideias e Coisas a Dizer. Mas, em momentos como esses, só as Pequenas Coisas são ditas. As Grandes Coisas jazem lá dentro, não ditas"

"Suas cinzas. O pó de seus ossos. Os dentes de seu sorriso. Ela inteira reduzida a um pequeno pote de barro"

"Ela desviou os olhos. Ele também. Demônios da História surgiram para reclamá-los. Para tornar a envolvê-los com suas peles cheias de cicatrizes e arrastá-los de volta para o lugar a pertenciam de fato. Onde as Leis do Amor determinavam quem devia ser amado. E como. E quanto."

"Por que Ammu não tinha tido esse tipo de educação, nem lido esse tipo de livros, nem encontrado o tipo de pessoas que podia influenciá-la para pensar como pensava. Ela simplesmente era esse tipo de animal."

"Portanto, se lhe fosse concedido um pequeno desejo, talvez fosse apenas Não Saber. Não saber o que cada dia lhe reservava. Não saber onde estaria no mês que vem, no ano que vem. Daqui dez ano. Não saber para que lado sua estrada viraria e o que haveria depois da curva".

"Eles olhavam o mundo e nunca imaginavam como funcionava, por que sabiam. Eles faziam com que funcionasse. Eram mecânicos que cuidavam de partes diferentes da mesma máquina."

Um comentário:

Lusinha disse...

Quero ler!
Bjitos!