Prometi não chorar, mas não teve jeito, eu criei expectativas e me enchi de esperanças. Chorei feito criança na frente do médico, que deixou a carranca e estupidez de lado pra me acalmar.
Fiquei com sequela, que a cirurgia pouco pode resolver, a única coisa que eu pensava enquanto ele falava era "mmmm...eu só tenho 41 anos". Limitada foi a palavra que gritava na minha mente.
Nunca fui atleta, mas senti falta das coisas que não fiz ou irei deixar de fazer. Como ele diz, a minha sequela só me atrapalha na amplitude do movimento, na rotação. Perdi cerca de metade da minha capacidade e pra dor? Um analgesico comum segundo ele.
Longos e longos suspiros. Não é o fim do mundo, ainda tenho os 2 braços, quem olha aparentam ser perfeitos, mas justo meu braço direito? É o que me dói, eu sentia que estava estranho, eu sabia que havia algo errado.
.......
Comecei a escrever esse texto em algum dia da semana passada, após ter o diagnóstico fechado com o ortopedista coiceiro. Remoi e digeri por alguns dias, fiquei com aquele bolo de ansiedade na garganta, quase nao dormi, nao comi, me isolei um pouco. Entendo House.
Ja era ácida sem dor, com dor eu sou pior ainda, fico quieta. Iniciei hoje mais sessões de fisioterapia e decidi que vou comprar a maquininha de choquinho, nao é a cura, mas alivia.
Sou forte. Vai passar, ainda não sei como ficará meu trabalho, pra onde vão me jogar, ja que não tenho mais como exercer a minha função. Dói, eu amava o que eu fazia, mas forçar e sentir dor não vai dar.
Lembro de no fim de semana pensar que do jeito que tudo estava indo, precisaria recorrer novamente a indutores do sono, dormi pouco e custava dormir, mas hoje foi diferente "dormi mais que a cama".
Alguém me alertou que isso é algo bom, "sinal que consegui me desligar". Não havia visto por essa perspectiva, mas estou mais tranquila hoje, mas ainda sinto uma exaustão mental muito grande, estou altamente produtiva, é a maneira que encontro de fugir de mim mesma, me mantendo ocupada.
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