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terça-feira, 10 de novembro de 2020

Efeito dos defeitos...

 Acabo de descobrir que mais uma vez esqueci-me de fazer algo importante.

Digo, mais uma vez, por que não fazem nem duas semanas que tive essa mesma sensação de desgosto comigo mesma. Eu não era assim, sempre fui correta com prazos. Eu apenas esqueci! Ainda me pergunto como foi que aconteceu, até lembrei mas já era tarde, perdi o "time".

Não sei o que aconteceu comigo, devo admitir derrota e colocar culpa nos remédios, estão acabando com minha memória. Esqueço-me de coisas que não gosto de lembrar, mas junto vão as coisas importantes.

Eu sempre fui uma enciclopédia ambulante, armazenava tudo com muita facilidade, tudo o que eu precisava estava sempre ali, dentro de mim. Nunca precisei de recursos para lembrar de nada e me orgulhava muito dessa característica.

Esse ano já esqueci: dia de médico, deposito de dinheiro, data de prova, prazos de trabalho. Isso das coisas que eu consigo lembrar que eu esqueci, quanta redundância!! Falta de organização? Procrastinação? Efeito colateral do remédio? Um pouco de tudo.

O primeiro passo é aceitar que preciso de ajuda, providenciei aplicativo com lembretes. Não me sinto confortável com isso, mas não vejo outra solução, mas não me sinto bem com essa novidade, melhor o gosto amargo da derrota, seguir em frente do que ficar repetindo os mesmos erros e lamentando e se esse é o preço que preciso pagar, perda da minha memória, é um preço pequeno diante da paz e estabilidade que a medicação me trouxe.

Não gosto de relembrar como era, das fases da mania e da depressão, a mais dolorosa. As noites sem sono, os choros constantes, a revolta interna, as loucuras, a irritação e intolerância. Os altos e baixos constantes, é preciso olhar pra dentro de mim, olhar o passado para ver o quanto estou bem e a falta de memória é só um detalhe diante de tantos benefícios, assim como a medicação me trouxe o bem estar, a agenda e os lembretes me auxiliaram nessa minha caminhada.

Assumir que já não sou mais a mesma... não mesmo!

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