Assim que eu recebi o diagnostico, minha psiquiatra sugeriu que eu fizesse umas leituras, que eu procurasse ler sobre o assunto que bem provável que eu entenderia melhor do que ela me explicando com os jargões médicos, sem me sugerir livros ou autorias, apenas explorasse o que tem no mercado.
Esse foi o primeiro livro que li, Não sou uma só: diário de um bipolar - Marina W., confesso que iniciei a leitura devido ao titulo, me parecia mais informal. E tristemente me surpreendi, me vi em vários relatos.
Assim como ela, não falo abertamente sobre o assunto, só mesmo aqui e com algumas pessoas intimas que sei que jamais vão me julgar. Não é vergonha, só não quero passar pelo esterótipo das minhas ações ou não ações, como se tudo o que eu fizesse ou deixasse de fazer é "porque ela é bipolar". É muito chato e revoltante, então deixamos assim, ninguém precisa de fato saber, tomo os meus remédios pra me manter estabilizada.
Ela também faz o relato das fases agudas depressivas, em que ela não saia da cama, mas sempre mantinha um livro pra pensarem que ela estava fazendo algo, eu fiz o mesmo, não tinha vontade de levantar, mas levantava e ia para o sofá, ligava a TV, para passar a sensação que eu estava fazendo algo, para não se preocuparem comigo e não ..eu não estava nem mesmo nesse planeta. Estava longe, vazia e mergulhada em dores internas.
Os relatos, as loucuras, foi uma especie de manual, do que sou e do que posso esperar. Dos loucos relacionamentos dela, da necessidade de seduzir e apenas seduzir, sem querer de fato levar nada adiante para o lado físico. A falta de interesse sexual ou a compulsão. Como ela mesmo relata, bipolares são sedutores, já ouvi isso de alguém e hoje reconheço que jamais essa é minha intenção consciente.
Fiz outras leituras, que me acolheram e me fizeram entender um pouco mais o lado obscuro da minha mente, dos meus gatilhos e dessa metamorfose de ir de um extremo a outro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário