Passando de um bloco para o outro, vejo de longe um senhor, baixinho...esfregando avidamente uma mão na outra, roupa surrada. Bem próximo ao portão dos fundos. Parecia estar tempo ali...pensei que ele tivesse esperando alguém ou ia pedir alguma coisa.."tomara que ele não me chame"...
Me chamou...lá fui eu com passos lentos e curtos, analisando a situação, prejulgando. Quando me aproximo dele...notei que ele realmente queria pedir uma coisa. Nas palavras dele e de forma muito envergonhada e educada "a senhora teria um papel e uma caneta pra escrever pra mim..".
Sorri. Ele só queria um bilhete e não sabia escrever.
Fui até a sala mais próxima achei um papel, uma caneta e voltei ao portão. As outras olhando com desconfiança...sem saber ao certo o que acontecia..
Com papel e caneta em mão escrevi o que ele me pediu: "Fui a N. resolver uns problemas da minha esposa, volto amanhã. Ass..L" Ele ditou certinho o queria...
Entrego o papel na mão dele, um olhar de agracimento e a sensação maravilhosa de ter feito o bem a outra pessoa.
E depois a explicação pra quem viu de longe e não entendia...o sorriso foi contagiando. Posso ser doce quando é preciso.
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