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domingo, 9 de novembro de 2014

A amante de Freud - Karen Mack e Jennifer Kaufman


Foi um dos muitos livros que iniciei a leitura no ano passado, escolhi alguns para definitivamente terminar. Comecei a le-lo pelo interesse que o título me causou, confesso que gosto das coisas ligadas a Freud.  Iniciei a minha leitura animada, irresistivel, algumas referencias ja conhecidas pela minha leitura de Nietzche. Redescobri por que tinha abandonado-o, muito descritivo e por horas muitos dialagos e a história mesmo que eu queria acompanhar se perdia em tudo isso. Comecei a detestar Freud, deixou de ser visto por mim de um homem inteligente para um desprezivel egocentrico e no final ele morre. Sim, ele teve a estupidez de envolver a cunhada e ter um caso com ela, usa-la e descarta-la, apenas mais uma. Ela foi fiel até os dias de sua morte.
 
Alguns trechos:
 
"– Você percebe a situação que temos aqui? – ele disse baixinho, com a voz embargada por um instante. – Vivo sozinho numa casa cheia de gente."
  
"Depois de tantos anos de convivência, ali estava o que ela acabara de descobrir naquela única noite. Ele era um homem infeliz. E homens infelizes são perigosos."
 
 
"Crianças de famílias numerosas, assim como os cachorrinhos que vivem em bandos, aprendem a devorar guloseimas inesperadas o mais depressa possível para não terem que arcar com as consequências de uma demora. Sempre pode chegar outra pessoa e levar a delícia embora antes que elas tenham tempo de dizer: “É meu!”
 
"Às vezes o coração não se atrai apenas pelo que é luminoso. Às vezes ele se deixa cativar pelas ambiguidades obscuras de caráter, pelos silêncios ressentidos. E pela compreensão aguda de alguma ideia ou segredo que exista em comum com a outra pessoa. Nessas circunstâncias, o fato de o relacionamento ser ou não ser apropriado deixa de ser uma questão."
 
"A ovelha negra da família chegara a um negror mais preto do que o preto."
 
" Para ele, todas as religiões eram “claramente infantis e alienadas da realidade [...]"
"E, enquanto subia de volta na cama, se perguntou – só por um instante – se ele estaria pensando nela."
 
"Minna tinha penetrado num mundo novo, um mundo secreto, pensou, no qual você não vai para o lugar aonde estava indo e desaparece assim que chega lá. E um mundo onde depois, ao voltar à sua vida de sempre, você finge que nada aconteceu. O anonimato é tudo."
 
 
[...]
– No que você está pensando? – ela quis saber.
– Estou querendo saber quando a verei de novo.
– Não estrague o momento.
– Você não está pensando na mesma coisa?
– Não.
– Mentirosa.
– Já estou contando as horas. Era isso que você queria ouvir? – indagou ela.
– Eu quero ouvir a verdade.
– A verdade é que não há o menor futuro para isto.
– Para tudo há um futuro.
[...]

"De alguma maneira, a sensação era de que os dois haviam se tocado por inteiro e ao mesmo tempo não se tocavam em parte alguma."
 
"E  se viu fisgada pela armadilha primordial humana que são os famosos “e se?”. E se fosse possível voltar no tempo? Será que ela teria conseguido se empenhar mais em resistir à tentação? Talvez sim. Mas isso agora não fazia mais diferença nenhuma. Minna já sabia que, naquele momento, era incapaz de fazer cessar o desejo que sentia por ele."
 
" A moral ou Deus não têm nada a ver..."
"A culpa não passa de um castigo autoimposto que a civilização nos empurra."
 
" As necessidades sexuais são um direito, e ninguém deveria ser forçado a passar pela vida sem satisfazê-las "
 
"Esse era o lado bom do amor, ver seu próprio mundo transformado sob o bri
lho de uma luz falsa."

"Estava livre, da mesma maneira que um prisioneiro é livre quando decide apostar num plano de fuga. E mesmo que no fundo soubesse que aquele interlúdio divino seria breve, a sombra do destino que a aguardava depois não conseguia abalar seu estado de espírito."
 
" Meu Deus, ela pensou ao mergulhar na água morna, por favor, limpe os meus pecados.
 
"E depois, com os dois exaustos, ela descansava a cabeça no ombro dele, entrelaçava as pernas nas suas e pensava, com uma tristeza maior do que nunca, que ele era a única pessoa que havia amado na vida."
 
[...]em um dos seus artigos havia escrito que “mesmo quando os lábios calam... a traição abre caminho à força e exala por todos os poros”.
 
"O seu objeto de estudo são mulheres angustiadas. E quer saber por que elas vivem angustiadas? Pois eu vou lhe poupar anos de pesquisas, então. Elas vivem angustiadas porque homens feito você contam mentiras para aquelas que, como eu, são idiotas o suficiente para acreditar nessas mentiras."
 
"Você não escreveu que é preciso que haja alguma interdição para alimentar a libido? Que paixão e casamento não podem coexistir?

2 comentários:

Anônimo disse...

Nunca gostei muito do Freud, foi quando o estudei que resolvi largar a psicologia, pois sabia que iria querer manipular as pessoas como ele fazia e seria mais um risco que ajuda. Talvez 'Freud explica..."

Anônimo disse...

Difícil saber se esse foi um dos que você efetivamente leu até o final ou se apenas foi ao final para contar aqui. Dizer que Freud morre vá lá, mas o resto poderia ter evitado. Freud explica: o desejo de antecipar finais de livros ou filmes decorre de frustrações sexuais na meia-idade.