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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

e no fundo da bolsa...

Mais um dia, pensei eu antes de sair de casa. Ela a postos, ele nem tanto, mas a gente precisava ir. Tem coisas que não se pode protelar.
Mercado Público cheio. Pessoas daqui, dali. Conversa. Briga de cheiros. Ele corre pra ver vinho, queijo, salame. Eu com ela a  tira colo, procurando comprar tudo o mais rápido possível pra sair daquele inferno. Faço o pedido, enquanto espero vou dando uma olhada por ali, por aqui. Pedido pronto para ser entregue, quando vou pegar.. uma voz ao lado apressado faz um pedido ao mesmo atendente que agradeço.
Queria fugir, passou tanta coisa pela minha cabeça. Olhos se encontram, meio sem graça. Não teve aquele “Ohh você por aqui! Quanto tempo?”. Não havia espaço para isso. Ele pergunta docemente.. “-Tua filha?”. Um SIM meio muito sem graça, seguido de Meu marido está ali comprando queijo, ficou com dica para desistência de qualquer tipo de possível pensamento de gracinha ou algum comentário sobre o passado, apesar de lembrar que esse tipo de indelicadeza não fazia o tipo dele...mas...
Um sorriso, gracejos pra ela em meu colo, pede para segura-la. Permito. Em mim apenas a insegurança da chegada de um marido ciumento a qualquer momento. Sorrisos.. e um cartão que guardei no fundo da bolsa.
Um marido que chega. Descubro que aos olhos dele, deixo de ser mulher e passo a ser mãe. Nenhum sinal de ciúmes, afinal na cabeça dele uma mulher com uma filha no colo não apetece a ninguém. Cumprimenta o sujeito, parecia um pavão cheio de orgulho ao ouvir que tem uma linda e esperta filha. Um adeus... e naquele momento a exumação de um passado.

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