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"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno.
(…) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.
(…) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano."
"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno.
(…) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.
(…) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano."
Cecília Meireles.
8 comentários:
Nossa que lindo!!
E sabe oque é mais bonito disso tudo?É passar por tudo,por todas as dores se de tornar mais forte,e aprender com ela,e crescer...
Tenho uma amiga que tbm passou por isso,e sabe como ela é?A mais divertida,a que encara as coisas e arregaça as mangas logo,a que sempre tem um conselho a dar e ela aprendeu e aprende todo dia,e ela se ama,e eu?Como eu a amo!
Bjão linda
Lindo esse texto, ainda não o conhecia.
Perdeu alguém Lu?
Bjitos!
é...
é sempre do silêncio, da agonia e das dificuldades que saem as melhores idéias, as melhores invenções, as maiores obras primas.
"Do inferno é que se vê o paraíso"
Belo texto de Cecília. Nós aprendemos muito com a dor mesmo!
Você já tá conseguindo dormir melhor?
Li o texto anterior e vi que estava com problemas pra dormir.
Sei bem dessa sua "dor" em relação a suas amigas.
Adorei a estória da sua mãe e do gay! kkkkkk. Muito engraçada!
Bjão Luci.
Olá!
Este é um comentário-lembrete:
Amanhã, dia 20 de setembro, é o dia da Blogagem Coletiva Uma carta para mim em comemoração ao 1º aniversário do meu blog.
Como seu blog é um dos inscritos estou passando para lembrar.
Espero por você!
Elaine
Olá Luci,
que prazer ler textos tão bem escritos.
Parabéns!
Minha querida...amigas da "onça", como nós chamamos cá em Portugal é o que não falta!
Esquece...já passou!
Um beijo português!
O nome disso é lição de vida!
Lindo texto!
Bjs, querida!
Cecília é unica, Lucizinha! Belo texto.
Cheiro bem grande.
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